O Festival de Teatro da Covilhã,
que decorreu de 22 de Novembro a 5 de Dezembro, encerrou com
a peça "Auto da Índia", exibida nos dois
últimos dias. Este espectáculo foi concebido e
realizado pela equipe artística e técnica do Teatro
das Beiras, que levou a palco uma das farsas de Gil Vicente,
um dos maiores comediógrafos e líricos portugueses.
A peça conta a história de uma mulher de Lisboa
cujo marido parte para a Índia. Durante a sua ausência,
que dura alguns anos, a mulher assim deixada sozinha leva uma
"vida divertida", com a cumplicidade da criada, mantendo
duas ligações amorosas em simultâneo, uma
com um escudeiro português e outra com um rufião
castelhano. Enquanto um dos amantes está dentro de casa,
o outro espera à porta, impaciente. Mas, entretanto, o
marido regressa da Índia, tão pobre como quando
partira e narra as suas campanhas, que não tiveram nada
de heróico. A mulher, por seu lado, mentindo tranquilamente,
afirma que esteve roída de saudades durante a ausência
do seu querido esposo. No final, marido e mulher, felizes e despreocupados,
retomam pacificamente a vida em comum como se nada se tivesse
passado.
Uma aula diferente
As interpretações
estiveram a cargo de Carla Magalhães (Ama), Ana Filipa
Trindade (Moça), Rogério Bruno (Castelhano), Marco
Ferreira (Lemos) e José Alexandre Barata (Marido). Com
algum humor e música à mistura, os actores divertiram
o público presente no dia 4 de Novembro, composto, na
sua maioria, por alunos da Escola Básica do terceiro ciclo
da Quinta das Palmeiras que, acompanhados pelas suas professoras,
tiveram uma aula diferente. A adesão proporcionou aos
actores e à organização uma sala cheia que
vibrou aquando da entrada em palco do Marido, interpretado por
José Alexandre Barata. Este dirigiu-se ao público
e cumprimentou algumas jovens. O espectáculo agradou aos
alunos, que afirmaram ter gostado.
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