As aulas começaram há
um mês para os alunos da Academia Sénior da Covilhã.
Com turmas de cerca de 15 alunos, possuem já diversas
disciplinas em funcionamento. Desenho e Pintura, Ginástica,
Inglês, Geriatria, Património e Aprender a Ouvir
Música são algumas das aulas onde os alunos vão
ser avaliados. No início do próximo ano, a organização
desta iniciativa pretende inserir novas disciplinas, como é
o caso da Informática, onde os alunos terão a oportunidade
de aprender a consultar a Internet.
Uma Academia sem limite de idade, mas pensada sobretudo em função
das pessoas mais idosas. É frequentada essencialmente
por alunos que são professores, pessoas aposentadas ou
em vias de aposentação e funcionários públicos,
alguns deles já com um curso superior.
Esta Academia não funciona como uma forma de lazer ou
ocupação de tempos livres, mas possui por finalidade
"proporcionar uma aprendizagem tardia ou uma reaprendizagem
de coisas novas", como afirma Celeste Raposo, um dos membros
da Comissão Instaladora. Por outro lado, não possui
nenhuma equivalência a um curso superior.
Poucos apoios mas muita
vontade
A ideia de se criar esta academia
proveio de Joaquim Gonçalves, actual Presidente da Comissão
Instaladora. Com a ajuda de mais algumas pessoas levou este projecto
avante. Agora, os alunos esperam deixar a Escola Secundária
Frei Heitor Pinto e o Auditório da Escola do 3º Ciclo
Quinta das Palmeiras, onde são leccionadas as suas aulas,
para poderem passar para a sua sede. A Câmara Municipal
da Covilhã já cedeu um espaço na Rua Rui
Faleiro, que ainda está em obras, mas que virá
a ser futuramente a sede desta academia.
De momento a Academia Sénior conta ainda com poucos apoios.
Possui um fundo de maneio retirado da jóia de 50 contos
paga pelos sócios e dos 2 mil escudos mensais, pagos pelos
não-sócios participantes nestas aulas. "Os
professores não recebem ordenado, as instalações
pouco custam e temos uma empregada, mas está em serviço
de subsidiada e só temos que lhe pagar o almoço
e pouco mais", diz Celeste Raposo. De futuro, pretendem
procurar alguns patrocínios.
Divulgada principalmente pelos meios de comunicação
social regionais, esta iniciativa conseguiu grande adesão
por parte da população da cidade da Covilhã.
"A cidade responde bem, pois há carências muito
grandes nas pessoas. Há a necessidade de se actualizarem,
de trocarem conhecimentos", comenta Celeste Raposo.
Preocupados com a solidão que consome as pessoas mais
idosas, os elementos da Comissão Instaladora pretendem
integrar brevemente novas aulas na Academia. Por enquanto, continuam
a dar o seu apoio a pessoas que sentem uma certa dificuldade
em se adaptarem a um mundo contantemente em mudança.
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