António Fidalgo

 

 

 

 


Carros e peões na Covilhã

Estão a ser feitos os passeios na entrada sul da Covilhã, entre a Rotunda da Estalagem de Sta Eufémia e a Ponte do Rato. Era uma obra há muito necessária, pela segurança dos muitos peões, nomeadamente estudantes e docentes da UBI, e também pela dignidade que a entrada de uma cidade deve ter.
Depois do arranjo do passeio junto ao Centro de Seminários e Colóquios da UBI, antiga Casa Melo Castro, na Avenida d'Ávila e Bolama, onde foi instalado um separador de metal para segurança dos peões, e da construção dos passeios desde o novo Hospital até à Rotunda da Sta Eufémia, tornava-se de facto imperativo fechar a obra que permite que os peões se desloquem sem perigo de vida desde a parte histórica da cidade até aos confins da nova cidade da Covilhã, a zona do Hospital e da futura Faculdade de Ciências da Saúde.
Saúda-se obviamente a obra e louva-se a Câmara Municipal da Covilhã pelo cuidado de urbanizar devidamente a cidade. Verdade se diga que tem havido por parte da Câmara o cuidado de disciplinar o trânsito na cidade, com a instalação de semáforos e a criação de novos sítios de estacionamento, como é o caso do Mercado Municipal. As obras do novo silo automóvel no Pelourinho enquadram-se nesta boa política de dar espaço próprio aos carros e salvaguardar o espaço dos peões. Como cidade antiga a Covilhã é uma cidade feita à medida de peões e não de carros, tendo a inevitável invasão dos carros sido feita à custa dos peões e da sua segurança. Havia que repor a harmonia da cidade, conjugar os direitos dos peões ao espaço e à segurança nas ruas e praças da cidade com as justas pretensões dos automobilistas em poderem circular e estacionar facilmente. Dê-se o devido mérito à Câmara por ter metido mãos à obra e ter assumido os riscos que tais obras sempre implicam.
Dito isto, não se entende que, construindo passeios para peões, eles se transformem rapidamente em locais de estacionamento. E isso verifica-se em larga medida na parte nova da cidade, no eixo TCT. Não atribuo aqui culpas à Câmara; parece-me que a culpa é fundamentalmente dos automobilistas ou da sua falta de civismo. Para não andar 100 metros a pé, o automobilista prefere atirar o carro para o passeio em frente à porta do seu prédio. Mas aqui deve mostrar-se o cartão amarelo à PSP porque devia actuar e não o faz. Carros em cima de passeios é algo que não deveríamos aceitar. Fazer passeios de peões para carros estacionarem é a inversão das coisas. Por essa Europa fora, de cujos níveis de desenvolvimento nos queremos aproximar, não se vêem carros em cima de passeios. E não se diga que lá há estacionamento e cá não. Em muitos locais lá também não há estacionamento e quando há é a pagar, e por vezes pagar a valer.

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