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Opinião      


 


José Geraldes

A Covilhã em alta*

Dois acontecimentos realizados na Covilhã merecem destaque especial pela determinação do seu futuro: a apresentação da Comissão da Instalação da Faculdade das Ciências da Saúde e do Plano Estratégico - "Covilhã urbe 2030".
Ambos os acontecimentos convergem para transformar a Covilhã num pólo aglutinador no eixo Guarda-Covilhã-Castelo Branco. Não significa isto que a Covilhã tire o lugar às cidades vizinhas ou se sobreponha a elas. Simplesmente a sua posição geográfica em equidistância da Guarda e de Castelo Branco é reforçada como uma mais valia.
Sem se pôr de parte a complementaridade que deve existir e é desejável que se concretize entre as cidades, a Covilhã reúne condições invejáveis para se transformar num pólo de atracção e de desenvolvimento na corda da Serra da Estrela.
Os túneis que vão ligar Covilhã a Seia, via Manteigas, constituem um elemento importante não só em termos turísticos mas também de aproximação e colaboração na área dos têxteis.
A valorização do território e as condições para fixação das pessoas estruturam a nova fisionomia do futuro da Covilhã.
A Faculdade das Ciências da Saúde vem consolidar a UBI e contribuir para que, na próxima década, a Beira Interior tenha mais médicos. A articulação com os hospitais da Guarda e de Castelo Branco e a rede dos Centros de Saúde é um primeiro passo de complementaridade, com a Covilhã no epicentro.
A apresentação pública da Comissão de Instalação da Faculdade revela que o calendário da abertura em Setembro de 2001 se mantém. E igualmente a construção do edifício da nova Faculdade ao lado do novo Hospital da Cova da Beira está dentro dos prazos previstos. Contra os profetas da desgraça que diziam não haver médicos de renome para a nova Faculdade, esta apresentação comprova o contrário. E tudo se conjuga para que a UBI tenha uma Faculdade de Ciências da Saúde ao melhor nível.
O Plano Estratégico "Covilhã urbe 2030" projecta a Covilhã para uma cidade média europeia, sem complexos de nenhuma ordem. É uma nova cidade que vai nascer desde o Canhoso ao Tortosendo, com nova planificação.
O urbanismo, os serviços de apoio social e as acessibilidades são repensadas. Todas as actividades desde o desporto ao comércio e à cultura têm o seu lugar próprio. E um destaque: os espaços verdes que na cidade antiga praticamente não existem.
As localidades rurais estão também abrangidas no Plano Estratégico. Com o prolongamento do eixo TCT ao Barco e depois Ourondo, Aldeia de S. Francisco e S. Jorge da Beira, o sul do concelho fica desencravado. E assim pode ter uma nova dinâmica. Mas atenção: é importante que as características rurais não sejam eliminadas, pois tal acto seria um autêntico tiro no pé.
O Plano Estratégico passa agora à discussão pública. Impõe-se que, para lá dos quadrantes políticos, todos os cidadãos dêem a sua contribuição para o melhorar.
É o futuro da cidade e da sua capacidade de atrair novas gentes e novos investimentos que estão em jogo. Como cidadãos compete-nos dar opinião.
Faculdade das Ciências da Saúde, Plano Estratégico "urbe 2030", eis dois momentos e duas acções que põem em alta a Covilhã.

*Urbi et Orbi/NC

 

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