CONTRIBUINO
por
Edmundo
Cordeiro
O contribuino é o contribuinte
que possui os media como "consciência". Para
a maior partes dos contribuinos, essa "consciência"
é a televisão, é pois, na maior partes dos
casos, produzida pela televisão. E o que é que
começa a passar-se? O seguinte: o contribuino sustitui
o sujeito, o contribuino sustitui o indivíduo, o contribuino
susbtitui o homem. Os media estão para o contribuino como
a consciência está para o sujeito.
Por isso se diz, com inegável
propriedade, "o contribuino do conhecimento", "o
contribuino da razão", "o juízo contribuinitivo",
etc.. Reivindica-se mesmo, sobretudo para as situações
que parecem escapar à lógica contribuinitiva, um
contribuinismo radical.
Certamente que já existe
qualquer coisa de contribuino no contribuinte, mas o contribuino
vai mais além visto que opera uma substituição
total dos dilemas do sujeito moderno (a paixão e a razão,
o prazer e o trabalho, a percepção e a expressão,
etc.) - todos eles são resolvidos nessa "consciência"
mediática. Pacificação extrema, novo ganho
em poder contribuino: não há necessidade de resolver
o que já está de antemão resolvido na "consciência"
contribuina. O contruino está livre da consciência.
(E, evidentemente, da inconsciência.) Contribuir é,
para o contribuino, o primeiro dado, isso fá-lo senhor
da contribuição: o contribuino não contribui,
o contribuino compra e vende.
Reviravolta extraordinária.
Compra e vende o quê? Sabemos a resposta, mas estamos longe
ainda de a compreender. |