Falta de financiamento é
obstáculo
População
da Aldeia do Souto reclama construção do Centro
de Dia
POR RITA LOPES*
No dia de inauguração
do Ringue da Aldeia do Souto, população e Junta
de Freguesia reclamam novos investimentos. A construção
do Centro de Dia é prioritária.
O dia 11, sábado, foi
marcante para uma das mais pequenas freguesias do concelho da
Covilhã - a Aldeia do Souto. A inauguração
do Ringue e a assinatura de dois protocolos entre a Junta de
Freguesia e a autarquia covilhanense foram "momentos fundamentais
para o progresso da Aldeia", declara o presidente da Junta,
Jorge Gomes.
O Ringue, que vai funcionar junto à Escola Primária,
dispõe de um espaço polivalente para pessoas de
todas as idades. A partir de agora, qualquer actividade desportiva
e cultural poderá aí realizar-se, graças
aos balneários e ao palco que possui. "É um
espaço pequeno, mas uma obra grande em significado para
nós" afirma, satisfeito, Jorge Gomes.
Carlos Pinto, edil do concelho, presidiu às cerimónias,
dando asas a outros dois sonhos antigos da população:
a reconstrução e ampliação da sede
da Junta de Freguesia e a construção do Centro
de Dia.
Quinze metros quadrados é o espaço onde funciona
actualmente a Junta de Freguesia. "Um espaço muito
reduzido para termos condições de trabalho",
refere o presidente. Embora sem o orçamento necessário,
16 mil contos, o local já existe, mas o projecto, já
aprovado, ainda não passou do papel. O pontapé
de saída foi dado no sábado com a assinatura do
protocolo, que contempla dois mil contos para o arranque dos
trabalhos. João Gomes espera que "até ao fim
de 2001 possa mudar de instalações. Pelo menos
que a área mais importante, a secretaria, esteja pronta".
"A menina dos olhos desta freguesia" é, todavia,
o Centro de Dia. Com uma população maioritariamente
idosa e que vive com muitas dificuldades, esta é uma obra
prioritária que o presidente da Aldeia do Souto pretende
concretizar "o mais rápido possível".
O terreno já existe há alguns anos, mas a falta
de financiamento é um dos obstáculos. O orçamento
ascende aos 20 mil contos, uma quantia que, segundo Carlos Pinto,
"a Câmara não pode assegurar". Contudo,
afirma: "Garanto o início das obras e o resto do
dinheiro há-de aparecer".
Numa aldeia considerada pelo edil como "a pérola
do concelho", dar um cantinho de carinho e bem-estar aos
idosos é urgente. Carlos Pinto afirma que "esta estrutura
vai encerrar a grande rede de centros que temos construído
no concelho". E, como o caminho se faz caminhando, mostra-se
confiante: "Vamos caminhar para ver onde chegamos na edificação
de uma casa vital para os idosos desta terra".
Iluminação é
a próxima etapa
"É uma honra recebê-lo
na nossa casa. Seja bem-vindo". Estas palavras esperavam
Carlos Pinto na sala de aula da Escola Primária de Aldeia
do Souto. Um espaço reconstruído e inaugurado há
dois anos e que veio colmatar as necessidades exigentes na freguesia
ao nível do ensino. "Como eram poucas, as crianças
tinham que ir para Belmonte, mas agora são 14, o que permite
manter a escola em funcionamento", afirma João Gomes.
Embora a freguesia veja resolvidas algumas necessidades, muitas
existem ainda por satisfazer.
A iluminação das quintas circundantes é
a próxima etapa a cumprir. O projecto e o orçamento
já estão aprovados há mais de meio ano,
mas as obras ainda não começaram. Carlos Pinto
garante que dentro de poucos meses "a luz do azeite será
substituída, uma vez que as verbas (13 mil contos) já
foram liquidadas à CENEL". "É um processo
que está dependente da celeridade da empresa de electricidade.
A Câmara já tem essa parte decidida e o compromisso
financeiro assumido", diz o autarca.
Assim, a luz do azeite vai continuar a iluminar as famílias
das quintas de Aldeia do Souto, enquanto não houver luz
verde por causa da entidade responsável.
*NC / Urbi et Orbi
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