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Professores debatem
Envolvimento dos pais no ensino

POR CARLA LOUREIRO


Professores da Zona Centro discutem envolvimento parental no ensino

 

A acção de formação levada a cabo pelo Sindicato dos Professores da Zona Centro, no dia 17 de Novembro, versou o tema do "Envolvimento Parental na escolaridade dos alunos e sucesso escolar". O Anfiteatro I da UBI foi palco de um debate que se estendeu até ao fenómeno Big Brother.

A relação entre a família e a escola, o envolvimento dos pais no ensino dos filhos foram alguns dos temas abordados, na acção de formação, pelo docente do ensino secundário, João Manuel Silveira Pinto. Especializado em Administração e Gestão Escolar, o formador apresentou várias abordagens desta problemática. Com a presença de professores desde o ensino pré-escolar, passando por docentes de ensino secundário, o debate alargou-se também a futuros professores, ainda alunos da Universidade da Beira Interior (UBI).
O formador, João Manuel Silveira Pinto, começou a sua apresentação fazendo a distinção entre a escola antes do 25 de Abril e a escola pós 25 de Abril. Passando por temas como a lógica da participação dos pais no ensino dos filhos e pela importância que a escola assume nos dias de hoje, a acção de formação ficou marcada por três conceitos: participação - dos pais -, envolvimento - dos pais no ensino e educação dos filhos - e pela autonomia - da escola. "Há, hoje, uma deslocação de responsabilidades", afirma João Manuel Silveira Pinto.
João M. S. Pinto focou, entre muitas outras coisas, o envolvimento e a participação activa de professores, pessoal auxiliar, administrativo, pais e alunos, no universo escolar. É também necessário adequar os vários diplomas e decretos-lei ao meio escolar, de forma a possibilitar uma maior aproximação das famílias à escola. "A cultura de chamar os pais só quando há problemas com os filhos, terá que acabar", defende o formador.

Televisão como concorrente

Os pais portugueses passam, em média, 36 minutos por dia com os seus filhos. "Se os pais não têm tempo para os filhos, também os professores não têm tempo para os seus alunos", afirma o professor formador.
A acção de formação leva a discussão, de forma inevitável, para o fenómeno Big Brother. Um programa que é visto por muitos alunos, cabe aos pais e professores explicarem o que de mau e de bom aí se passa. Coordenador-adjunto do Sindicato dos Professores da Zona Centro e professor do Ensino Básico, Carlos Costa, esclarece que é preciso as escolas possuírem mais recursos de forma a poderem dar conta das necessidades reais dos alunos. Confrontado com o poder que os media têm na formação pedagógica dos alunos, o professor fala na "dificuldade extrema de acompanhar os avanços tecnológicos e conseguir levá-los para a escola". A televisão é vista como um concorrente difícil de ultrapassar. "A melhor atitude a tomar seria trazer a televisão à escola", defende Carlos Costa.
O coordenador-adjunto deixa o alerta para a luta que é preciso ser feita de forma a que os pais e professores tenham mais disponibilidade, recursos e condições para "ouvir " os seus filhos e educandos.

 

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