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Música          



 


bebel gilberto
tanto tempo

Bebel Gilberto nasceu, cresceu e vive no meio dos maiores nomes da música brasileira. Desde os sete anos a participar em discos de personagens incontornáveis, resolveu agora, 30 anos depois, assinar o seu próprio trabalho.
Filha de João Gilberto e Miúcha (irmã de Chico Buarque), Bebel deixou para segundo plano a bossa acústica e ataca em "Tanto Tempo" as delícias da sofisticação electrónica e o fulgor das produções mais arrojadas. Convidou os Thievery Corporation, Amon Tobin, Nina Miranda, o já falecido produtor brasileiro Suba, entre outros, agarrou em quatro clássicos da bossa nova ("Samba da Benção", de Vinicius e Baden Powel, "Summer Samba", dos irmãos Valle, "Bananeira", de João Donato e Gilberto Gil, e "Samba e Amor", do tio Buarque) e sete inéditos e deu-lhes uma alma pop electrónica. O álbum é, por isso, equilibrado, sedutor e consegue, apesar da enchente de projectos nesta linha que o mercado vê despontar insistentemente nos últimos tempos, manter traços de originalidade. Provavelmente devido aos genes do pai, do tio e dos amigos, mas também porque Bebel é pop, quer ser pop e faz, sem preconceitos, bossa nova pop. Uma almofada ambiental para momentos em que é obrigatório não esquecer o sol, a areia, o mar, as palmeiras e a dança lenta, ao ritmo de paisagens sonoras inebriantes.

» Sérgio Felizardo


 

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