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um Filme          


Enquanto se aguarda o remake que está a preparar do clássico "O Planeta dos Macacos", vale a pena voltar a um dos grandes filmes de Tim Burton e, simultaneamente, um dos mais amados (e amáveis) da década de 90: Eduardo Mãos de Tesoura.
"Batman" tinha sido, no virar para os anos 90, um filme-marco na história do cinema recente: pela composição visual, pelo tom sublime e sombrio (que se acentuaria ainda mais no excelente "Batman Returns"), pela fantasia gráfica. Era um filme visionário. E uma entrada venturosa de Burton na indústria cinematográfica.
Com "Eduardo Mãos de Tesoura" a poesia encheu os ecrãs de novo, como já não parecia possível: a própria personagem, com o seu coração de doce pureza e a ingenuidade encantada com que aprende a descobrir o mundo fora do castelo onde nasceu, o esplendor da neve que abraça a amada enquanto esta dança, o negro misterioso e medonho que envolve o velho castelo, a cor jovial e quase infantil das casas, a ternura melódica da banda sonora, tudo isso é o pulsar do encantamento, puro lirismo gráfico e sonoro.
"Eduardo Mãos de Tesoura" consegue três feitos notáveis: ser romântico e belo sem ser irritante ou vulgar, ser visualmente exuberante e narrar uma história simples com a candura e o enlevo dos contos de fadas, e, finalmente, ser como que um espelho do próprio autor e do seu peculiar imaginário. Sempre que quisermos viver a magia e a beleza do cinema (e, ao mesmo tempo, o chamamento eterno do amor), podemos voltar aqui. Ao mundo dos sonhos.
 

 

eduardo
mãos de tesoura




por luís nogueira 


                                                                    

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