Festa dos estudantes e da
cidade
Civil vence latada
POR ANABELA MACHADO
A latada saiu à rua na
quarta feira, 8. Com muita animação e álcool
à mistura, caloiros de todos os cursos desfilaram fantasias
e animaram a tarde não só da academia como de toda
a cidade.
Com raizes já profundas na tradição académica,
a latada acontece todos os anos durante a semana da Recepção
ao Caloiro. É Uma "festa que já faz parte
da praxe", como diz Cláudia Felgueiras, caloira de
Economia. É um acontecimento importante para a cidade
uma vez que divulga e promove a Covilhã e a Universidade
da Beira Interior.
A caloira de Engenharia Civil Deesy Gomes Pinto chegou este ano
à Covilhã pela primeira vez. Veio da Madeira à
espera de se integrar bem na cidade e de gostar do ambiente académico.
Não conhecia nada nem ninguém quando chegou. Por
isso diz que esta festa tem algo de muito positivo. "O convívio
entre os colegas é muito bom e a festa faz-me lembrar
o carnaval, não sei bem porquê, mas faz", revela.
Mas para quem anda nestas lides há mais tempo, os aspectos
menos positivos da festa tornam-se mais visíveis. "Esta
festa tem uma coisa bastante má: as bebedeiras estonteantes
que por aí vemos todos os anos", desabafa Marta Santos,
estudante do 3.º ano de Bioquímica.
Sebastião Duarte nasceu na Covilhã já lá
vão 74 anos, e desde que a festa chegou à cidade
nunca perdeu nenhuma. Todos os anos vem ver o cortejo dos alunos
da UBI, pois são eles que trazem vida à Covilhã.
Afinal, "se não tivesse vindo esta "fábrica"
para a cidade isto era ainda uma aldeia", afirma. No entanto,
considera que a festa podia ser ainda melhor se os estudantes
não bebessem mais do que deviam" e se "não
pisassem o risco. Mas isso já é próprio
dos universitários, é algo que já vem de
trás", conclui.
Excesso de álcool preocupa
pais
Para ver a festa vieram também
alguns pais de caloiros. Equipados com câmaras de vídeo
e máquinas fotográficas, quiseram deixar tudo registado
para mais tarde recordar. "um dia tão bonito com
este merece ser recordado mais tarde", afirma Adosinda Vinagre,
mãe de um caloiro de EPGI. Veio de Aveiro para ver o desfile
do filho, pois já tinha visto a festa em anos anteriores
na televisão e isso aguçou-lhe a curiosidade. "A
festa é linda, as fatiotas muito originais e coloridas.
Mas as bebedeiras preocupam-me muito. Tenho ouvido histórias
horrorosas. Se eu mandasse suprimia as bebidas alcoólicas
no cortejo. Afinal, os estudantes podem divertir-se, fazer brincadeiras
saudáveis, sem álcool à mistura", afirma
preocupada.
As bebidas alcoólicas são a realidade que mais
preocupa os pais e que mais alegria traz aos filhos. Preocupações
àparte, a festa correu muito bem. Os agentes da PSP que
acompanharam a festa tiveram o cuidado de verificar se tudo estava
em ordem. "Tudo é feito com boas intenções.
Por isso tudo tem corrido bem, tirando as ambulâncias que
andam aí a trabalhar", diz o agente Farinha Cabral.
Mas as ambulâncias que transportam os menos resistentes
para o Hospital da Cova da Beira já fazem parte de todo
o quadro festivo.
Uma festa académica que é uma realidade para uns
e um sonho para outros. A pequena Raquel de 7 anos delicia-se
ao ver a festa passar. "Quando crescer quero ser professora
de matemática. E também quero andar numa festa
igual a esta", afirma entusiasmada.
Um festa onde todos ajudaram, até S. Pedro que não
mandou chuva, e que deixou transparecer muito boa disposição,
muita alegria e muita cor. Trata-se de um evento que marca o
início do ano académico e que promete voltar no
próximo com mais alegria e animação. |