I Jornadas de Psiquiatria
do Centro Hospitalar da Cova da Beira
Psiquiatria da Infância
e da Adolescência "Na Corda Bamba"
POR CRISTINA MARQUES
"Na Corda Bamba"
foi o nome dado às I Jornadas de Psiquiatria da Infância
e da Adolescência, que tiveram lugar no Centro Hospitalar
da Cova da Beira, nos passados dias 26 e 27. Este encontro contou
com a presença de diversas personalidades do campo da
psiquiatria, que debateram alguns dos perigos da adolescência
Vasco Prazeres, presidente
da Associação de Saúde de Adolescentes,
Eloí Pereira, director do serviço de Neurologia
do Hospital Maria Pia (Porto) e Isabel Stilwell, jornalista da
revista "Noticias Magazine" foram alguns dos presentes
nas I Jornadas de Psiquiatria da Infância e da Adolescência,
do Centro Hospitalar a Cova da Beira.
Neste encontro, estiveram em debate as mais diversas áreas
da psiquiatria juvenil: maus tratos, anorexia e bulimia, a adolescência,
o papel da escola e o peso da arte.
Numa das mesas discutiu-se "O Adolescente na Corda Bamba",
com Isabel Stilwell e Vasco Prazeres a alertar para o perigo
das ideias feitas na adolescência. A solução
apontada prende-se com o diálogo adulto/adolescente,
em que o adulto deve procurar vencer a barreira das diferenças
e apresentar-se ao nível dos adolescentes. Para Isabel
Stilwell, a ideia de "geração rasca"
há muito foi ultrapassada, ocupando agora a família
e os amigos um lugar impriscindível nesta nova geração.
A anorexia e a bulimia também mereceram atenção
especial dos presentes, já que afectam cada vez mais as
adolescentes com "o peso na corda bamba". As manequins
são, na maior parte dos casos, invejadas pelas jovens
que nesta fase de indecisões acabam por pôr a própria
vida em perigo, na ânsia de alcançar o peso ideal.
A escola acaba por ter um papel preponderante na formação
da personalidade dos frágeis adolescentes, que ainda vêm
o acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra apenas
para dementes.
"A Criança na Corda Bamba" foi o mote para mais
uma discussão, em que se debruçaram sobre os maus
tratos às crianças. Ao longo da década de
80, a atenção sobre as crianças aumentou
e foram criadas algumas comissões destinadas ao apoio
das crianças maltratadas.
Comissão de Protecção
de Menores da Covilhã
A Covilhã deu os primeiros
passos neste campo em 1999, dando vida à Comissão
de Protecção de Menores, que tem como presidente
Maria do Rosário Pinto da Rocha, vereadora da Câmara
Municipal da Covilhã.
A Comissão de Protecção de Menores da Covilhã
é uma instituição não judiciária,
mas com autonomia funcional. O seu objectivo primordial "é
apoiar a inserção do menor na família e
na sociedade", como afirma Maria do Rosário Pinto
da Rocha. Até hoje verificou 51 casos, onde 10 foram totalmente
resolvidos pela Comissão de Protecção de
Menores da Covilhã.
A fechar as I Jornadas, Paula Cristina Correia, responsável
pela unidade de psiquiatria do Hospital da Covilhã, fez
o balanço que considera positivo, destes dois dias de
jornadas que contaram com 350 pessoas inscritas.
Estão já previstas jornadas para 2002, novamente
na Covilhã. A aposta será feita nos mesmos moldes,
mas desta vez para um público mais abrangente.
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