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um Filme          


7even   

    luís nogueira
 
Seven é um filme brilhante, mesmo que a atmosfera em que se desenrola seja feita de sombras e penumbras. Mesmo que nos fale de medos, torturas e crimes. E mesmo que a espessura das personagens se materialize em vultos e assombrações.
Se há filmes muito, mesmo muito, próximos da perfeição, este é um deles. Porque tem tudo o que precisa: um argumento com (literalmente) princípio, meio e fim e personagens bem delineadas e construídas; uma direcção de fotografia com as tonalidades adequadas; uma realização virtuosa e precisa e a noção exacta de ritmo narrativo; um portentoso desempenho de Kevin Spacey. E ainda: acção, mistério, filosofia, religião, prazer visual, violência, excelentes diálogos. É arrebatador e perturbante. É provocante e polémico.
Inaugurou um estilo, uma tendência. Tem um genérico fabuloso (alguns minutos que são uma obra-prima dentro do filme). E tem uma assinatura: David Fincher, o visionário que ainda há pouco tempo nos deu outro filme para obrigar a pensar: Fight Club. Algo mais a acrescentar? Apenas isto: é uma das peças fundamentais para compreender o cinema dos anos 90 e perceber as paixões e temores do virar do milénio. Fundamental.

                                                                    

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