José Sasportes inaugura
Biblioteca Municipal da Covilhã
"Não queremos
depósitos de livros"
POR CATARINA MOURA
"Esta biblioteca
vem com alguns anos de atraso mas, ao invés de olhar para
o passado, temos que a saudar". As palavras são do
edil covilhanense Carlos Pinto que, juntamente com o ministro
da Cultura José Sasportes, inaugurou na última
sexta-feira a nova Biblioteca Municipal. Um momento alto das
comemorações do 130º aniversário da
elevação da Covilhã a cidade.
Ao todo são 60 mil livros, entre os 15 mil da antiga biblioteca
e as novas aquisições, que a partir de agora estão
à disposição de toda a comunidade naquele
que é um dos projectos mais importantes concretizados
nos últimos anos na Covilhã: a Biblioteca Municipal.
O novo edifício, 2800 metros quadrados erguidos nas imediações
do TCT e da Estação, serve um objectivo específico:
constituir-se não só como depósito de livros
mas sobretudo como pólo dinamizador de cultura, atraindo
pessoas de todas as idades. Um "investimento no futuro",
que custou cerca de 200 mil contos aos cofres municipais e outros
100 ao Estado.
A nova Biblioteca Municipal da Covilhã é a terceira
que José Estevão Sasportes inaugura desde que assumiu
a pasta da Cultura nacional, há três meses, por
ocasião do afastamento de Manuel Maria Carrilho. O novo
ministro da Cultura aproveitou a ocasião para traçar
rapidamente as prioridades do seu ministério. Além
da criação de uma rede de bibliotecas públicas,
o Governo está "profundamente empenhado" em
dotar o País de uma rede de cine-teatros, construindo
ou revitalizando espaços, e ainda de uma rede de arquivos,
novamente através da colaboração com as
autarquias e os fundos comunitários.
"É preciso trabalhar por todo o País, de acordo
com as exigências de cada localidade, estendendo a todos
os portugueses o mesmo acesso à cultura", refere
Sasportes. As linhas da política cultural do Governo orientam-se
de acordo com o Programa Operacional da Cultura, um projecto
comunitário que trará para Portugal, durante seis
anos, "cerca de 72 milhões de contos a distribuir
equilibradamente por todo o País, nos diversos sectores
da vida cultural".
Exigências de Pinto
são "música" para Sasportes
Com Sasportes, Carlos Pinto falou
de política cultural e dos projectos que estão
em curso no concelho e que necessitam do apoio do Governo. É
o caso do Centro de Artes. "Não posso deixar de dizer
ao senhor ministro da Cultura que muito espero da sua sensibilidade
e do facto de estar aqui hoje, para que no próximo ano
possamos assistir ao início da construção
do Centro de Artes da Covilhã", afirma o edil. Situado
junto à rotunda do TCT, "num hectar que já
é propriedade do município", o futuro Centro
de Artes engloba salas de teatro e cinema, um centro de congressos
e uma zona de exposição permanente. Um projecto
candidato ao terceiro Quadro Comunitário de Apoio.
O ministro não deu garantias concretas mas sublinhou que
as exigências de Carlos Pinto se enquadram nos objectivos
do Governo, que pretende criar "pontos de excelência
cultural" por todo o País, descentralizando o acesso
à cultura. "A Covilhã poderia ser um desses
pontos", afirma Sasportes, "mas para tal é necessário
conciliar as energias dos diversos agentes que aqui se encontram,
nomeadamente a autarquia e a Universidade da Beira Interior,
pois só em conjunto será possível dinamizar
verdadeiramente a vida cultural da cidade".
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