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Carlos Pinto e René Vandierendonck

 

Pinto critica "bairrismos"

A Covilhã "é uma cidade laboriosa voltada para o exterior mas sem que do exterior lhe digam o que deve fazer". Foi desta forma que Carlos Pinto criticou todos os que estão de costas voltadas para a cidade. "Bairristas afirmados em defesa da Covilhã, bairristas não afirmados em defesa dos interesses das outras cidades que nunca nos deram nada e que tentaram sempre espoliar a Covilhã" - comentou o Presidente.
Carlos Pinto lembrou ainda que a crise mais acentuada da cidade se deu com o fecho de centenas de empresas, levando milhares de trabalhadores a ficar no desemprego: "nunca o Governo, os vizinhos mais próximos, os vizinhos mais longínquos deixaram de continuar a localizar as estruturas administrativas nos mesmos sítios, que podiam, vindo para a Covilhã, ajudar a diminuir os custos das nossas crises. Nunca esses responsáveis procuraram estar de olhos voltados para a Covilhã"- afirmou o autraca.
"A crise ainda aí está, mas apresenta, hoje, aspectos mais benignos", referiu. Para Carlos Pinto, "acima dos interesses da Covilhã apenas estão os interesses do nosso País, mas ao lado dos interesses da Covilhã estão os interesses dos nossos concidadãos".
Para o autarca, o concelho é capaz de construir um caminho por si, apesar de continuarem a ser muitos os bloqueios da administração central e do Governo. "Não há a coragem de reconhecer que nós somos capazes de nos auto-governar e de dar à Covilhã, aos municípios os meios necessários para a cada vez maior exigência que o movimento das comunidades coloca ao municipalismo português".



Dia da cidade da Covilhã
Cento e trinta anos a olhar
o progresso

POR NÉLIA SOUSA
        E CLÁUDIA CARDOSO

A Covilhã festejou na passada sexta-feira, 20 de Outubro, o 130º aniversário da sua elevação a cidade. O evento teve lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal, com a presença de Carlos Pinto e René Vandierendonck, Presidentes das Câmaras Municipais da Covilhã e de Roubaix, de José Tavares Salvado, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras e de José Sócrates, Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território.


Carlos Pinto abriu a sessão solene afirmando que "a Covilhã está a viver um tempo de confiança e de grande expectativa para o seu futuro". No seu discurso, o edil referiu o esforço que a câmara vem a fazer no sentido de dar à Covilhã e aos covilhanenses uma melhoria de oportunidades e condições de vida
O presidente da autarquia covilhanense referiu, em detalhe, a renovação do tecido empresarial,a requalificação habitacional, a promoção do apoio à criança e à terceira idade, o apoio às juntas de freguesia e ao desenvolvimento rural e ainda a construção de infra-estruturas culturais, das quais destacou Biblioteca Municipal, cujo investimento atinge os 400 mil contos. Carlos Pinto anunciou ainda que Câmara pretende também erguer infra-estruturas na área do desporto, com a finalidade de "localizar um conjunto de motivos de atracção para que a Covilhã se constitua como um centro de realização de espectáculos".
"A Covilhã é hoje um estaleiro, um estaleiro de obras que, depois de realizadas, contribuirão para mudar a face e o bem estar daqueles que aqui habitam", afirmou o autarca.

Geminação consolida relação inter-municipal

As comemorações tiveram como ponto alto a assinatura dos acordos de geminação com a cidade de Roubaix, situada a norte de França, e com a vila de Oeiras.
Tal como a Covilhã, também Roubaix enfrentou tempos de crise na indústria têxtil. "Roubaix venceu a crise e o desemprego e hoje, tal como a Covilhã, bate-se precisamente para instaurar um novo futuro para a cidade", afirmou o presidente da Câmara Municipal de Roubaix, René Vandierendonck.
Destino de milhares de emigrantes, Roubaix é actualmente uma cidade internacional que conta com cerca de 520 mil portugueses, dos quais um grande número é proveniente da Covilhã. Segundo o presidente da Câmara de Roubaix, estes "muito mais que o seu trabalho, muito mais que o seu saber fazer, levaram a alma do seu País".
Esta geminação é, na opinião de Carlos Pinto, "o corolário de uma geminação já muito antiga entre as duas populações. Daqui saíram nos anos sessenta milhares de covilhanenses que buscaram uma melhor vida para os seus e para si próprios. Hoje, passados trinta anos, fazem parte integrante da comunidade de Roubaix e são como tal reconhecidos pelas autoridades municipais".
A assinatura do acordo de geminação visa a promoção de relações económicas e culturais, a compreensão mútua e a consolidação de laços de fraternidade que unem os dois municípios.
No mesmo sentido, assinou-se o acordo de geminação com a vila de Oeiras.
Para José Eugénio Tavares Salvado, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, "o protocolo de geminação concretiza uma das prioridades centrais na nossa política de desenvolvimento e cooperação com os municípios portugueses". Estando ligadas pela figura de Sebastião José de Carvalho e Melo - Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, e fundador da Real Fábrica dos Panos da Covilhã as duas localidades esperam com esta geminação fomentar o desenvolvimento e o progresso mútuos.
"O objectivo é chegar aos munícipes, às instituições públicas e privadas, às empresas, às associações cívicas, às sociedades locais que nos elegem e perante as quais teremos de responder", sublinhou José Salvado.
Duarante a cerimónia procedeu-se depois ao momento simbólico da troca de lembranças, à entrega das chaves da cidade da Covilhã e à homenagem a diversas personalidades do município que contribuíram e contribuem para o reconhecimento e desenvolvimento da cidade.
Apesar do atraso motivado pelo mau tempo, o ministro do Ambiente, José Sócrates, esteve presente na cerimónia, onde salientou a importância do regresso à sua terra natal, em especial para assistir à homenagem que a cidade iria fazer ao seu pai. "Regressar à terra é regressar ao mais fundo de nós próprios".-declarou emocionado.
A cerimónia terminou às 13 horas ao som dos hinos nacionais francês e português pela Banda Filarmónica Recreativa Carvalhense.






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