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Carla Santos apresenta dissertação de Mestrado em Ciências da Comunicação
"Terminar é uma vitória imensa"

POR CATARINA MOURA

Dois anos difíceis, duas horas insuportáveis e Carla Santos já é mestre em Ciências da Comunicação. Na segunda-feira, ao início da tarde, apresentou a sua dissertação sobre "As Dimensões Pragmáticas da Notícia", orientada por Adriano Duarte Rodrigues. Um desafio cumprido a duras penas, mas do qual não se arrepende.

 
A arguente, Lucília Marques


Carla Santos

 

O júri

"Sinto que alguém me vai acusar e que terei de me defender mas ainda não sei bem como", diz-nos Carla Santos minutos antes de apresentar a sua dissertação de mestrado em Ciências da Comunicação. Na sala de reuniões da antiga Reitoria da Universidade da Beira Interior, no pólo I, aguardam-na já o vice-reitor Mário Raposo, o director do curso de Ciências da Comunicação, José Manuel Boavida Santos, o seu orientador, Adriano Duarte Rodrigues, da Universidade Nova, e a arguente, Lucília Marques. Durante cerca de 90 minutos, vai falar-se sobre "As Dimensões Pragmáticas da Notícia". Nas palavras de Carla, "o objectivo desta dissertação foi analisar o cruzamento das diversas dimensões da notícia, quer a nível da Comunicação, do Jornalismo, quer a nível da linguagem".
Carla Santos optou pelo mestrado aos 26 anos, quando um professor lhe lançou o desafio. Entretanto, já tinha passado pelos semanários regionais "Notícias da Covilhã" e "Jornal do Fundão" mas, apesar do estímulo que representa o Jornalismo, "a prática depressa se transformou em rotina e a dada altura senti que tinha estagnado". Tirar um mestrado foi um desafio difícil mas do qual não se arrepende. "Prejudiquei-me muito, abdiquei de muita coisa, mas ao mesmo tempo era um desafio pessoal muito grande, cada trabalho que conseguia começar e terminar era uma vitória imensa e isso acabou por compensar o resto", desabafa.
Foram dois anos de luta, durante os quais se apercebeu da dificuldade que representa conciliar trabalho e estudos. Passou ainda pelo semanário "Terras da Beira", na Guarda, e pelo jornal "Negócios e Oportunidades", em Santa Maria da Feira, mas viu-se forçada a abdicar de ambos para conseguir terminar a tese. "Foi um grande dispêndio de tempo e de dinheiro mas achei sempre que valia a pena ir até ao fim. Se der óptimo, se não der paciência, pelo menos tentei".
Já preparada para próximos desafios, ainda não sabe o que se segue agora que esta prova terminou. "O Mestrado pode aumentar as possibilidades de emprego, nomeadamente a leccionar, mas também pode fechar algumas portas, pois alguém com um mestrado representa, para muitas empresas, um funcionário a quem terá que se pagar mais", diz Carla. "Acho que vou ter que me render às cunhas".

 

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