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Requalificação das Penhas da Saúde
Clandestinos abaixo

POR ALEXANDRE SILVA*

O Plano de Requalificação das Penhas da Saúde vai ser aplicado a curto prazo. As construções incompatíveis com o projecto são demolidas

Algumas construções clandestinas das Penhas da Saúde correm sério risco de demolição. Quem o assegura é Carlos Guerra, presidente do Instituto de Conservação da Natureza (ICN). O responsável daquele organismo deslocou-se à Covilhã na passada terça-feira, 3, para assinar com a Câmara Municipal e com a Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC) o protocolo para o Projecto de Requalificação Urbana e Ambiental das Penhas da Saúde. Um trabalho ainda em fase de estudo mas já com as principais directrizes definidas. O director do ICN afirma que, "segundo os estudos até agora feitos, algumas zonas podem ser compatíveis, mas uma grande parte terá que deixar de existir para que o projecto vá até ao fim".
Dividido em cinco Planos de Pormenor, que abrangem toda a localidade serrana, o projecto visa renovar a área das Penhas e tem como objectivo final, nas palavras de Carlos Pinto, presidente da autarquia serrana, "uma espécie de aldeamento ordenado que promova a convivência entre o homem e a natureza". A divisão da área a requalificar em várias partes permite, segundo o autarca, "uma maior rapidez de execução do plano total, uma vez que os planos são faseados".
Para acompanhar todo o processo vai ser nomeada até ao final do ano uma comissão. As obras, prevê o executivo, "vão ser lançadas no princípio do próximo ano". Uma data fulcral, acrescenta, "para que as pessoas sintam confiança no projecto e para que vejam que não vale a pena construir de forma desorganizada na Serra".
Para além das vantagens turísticas decorrentes do ordenamento urbanístico, Vasco Ribeiro, presidente da CCRC, aponta ainda benefícios para a qualidade de vida dos habitantes. Na opinião do responsávei, "a requalificação das Penhas permite uma base ao desenvolvimento e à concentração de riqueza, para além de fomentar a auto-estima necessária à manutenção de habitantes no Interior".
Quanto a possíveis reacções negativas ao projecto, Carlos Guerra é peremptório: "As instruções que temos do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território são de não ter contemplações em relação ao uso abusivo do património".

 

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