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Chamam-lhe o Beck britânico
mas, não fossem as evidentes raizes americanas da sua
música, nada poderia estar mais errado.
Onde o primeiro é eufórico e espampanante (no bom
sentido), o segundo é recatado, poético e até
melancólico. Onde este "rapaz mal desenhado",
de nome verdadeiro Damon Gough, aposta na simplicidade da guitarra
e do piano, Beck revela-se mestre na amálgama sonora.
Badly Drawn Boy assinala, pois, em "The Hour of Bewilderbeast",
uma estranha página da folk originária do País
do tio Sam e transportada, a frio, para a nebulosa Inglaterra
de Sua Majestade. Canções de acordes simples, refrões
cativantes e orelhudos, com uma envolvência pop
fora do comum, acompanhadas por uma voz suave e imensamente delicada.
Uma autêntica convocatória de mitos vivos (Dylan,
Young, Drake), reunidos num sótão da velha Londres
sem nada para fazer que não coisas bonitas.
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