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Música          


                

por Sérgio Felizardo

  Badly Drawn Boy 



  Chamam-lhe o Beck britânico mas, não fossem as evidentes raizes americanas da sua música, nada poderia estar mais errado.
Onde o primeiro é eufórico e espampanante (no bom sentido), o segundo é recatado, poético e até melancólico. Onde este "rapaz mal desenhado", de nome verdadeiro Damon Gough, aposta na simplicidade da guitarra e do piano, Beck revela-se mestre na amálgama sonora.
Badly Drawn Boy assinala, pois, em "The Hour of Bewilderbeast", uma estranha página da folk originária do País do tio Sam e transportada, a frio, para a nebulosa Inglaterra de Sua Majestade. Canções de acordes simples, refrões cativantes e orelhudos, com uma envolvência pop fora do comum, acompanhadas por uma voz suave e imensamente delicada. Uma autêntica convocatória de mitos vivos (Dylan, Young, Drake), reunidos num sótão da velha Londres sem nada para fazer que não coisas bonitas.
 

 The Hour of Bewilderbeast

 

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