Universidade da Terceira Idade
na Covilhã
Velhos são os
trapos
POR MARIANA MORAIS
Até ao final
do ano, a Academia Sénior - Universidade da Terceira Idade
terá a sua sede na Rua Ruy Faleiro pronta a funcionar.
Cursos de inglês, alemão, informática, teatro
e artes plásticas, entre outros, estarão à
disposição dos covilhanenses para quem a aventura
do saber não tem limite de idade.
Uma faixa azul dizendo "Academia
Sénior - Matrículas" chama a atenção
de quem passa no Pelourinho. Durante a tarde, a sede da Associação
dos Antigos Alunos da Escola Campos Melo serve de local de atendimento.
Os futuros alunos da Universidade da Terceira Idade, Associação
Cultural de Jubilados da Beira Interior, podem informar-se aí
sobre os cursos a ser leccionados em breve.
Com existência legal desde Março deste ano, a Academia
Sénior é o fruto de um sonho de Joaquim Gonçalves.
Juntamente com mais doze entusiastas, este inspector escolar
ainda no activo deitou mãos à obra e conseguiu
a cedência, por parte da Câmara Municipal da Covilhã,
das antigas instalações das Juntas de Freguesia,
situadas na rua Ruy Faleiro. Depois de algumas obras de reparação
que o edifício já exige, e se tudo correr bem,
os primeiros vinte alunos da academia terão aulas no final
deste ano.
Mulheres são maioria
Não há exigência
de habilitações literárias mínimas.
Todas as pessoas que "considerem a terceira idade como a
mais importante etapa da vida, queiram rejeitar o tédio
e encontrar o ponto de equilíbrio são bem aceites",
afirma Joaquim Gonçalves.
Grande parte dos alunos inscritos são mulheres. As idades
variam entre os 55 e os 65 anos. No final do curso, embora não
possam ser concedidos graus académicos, será atribuído
a cada aluno um diploma honorífico e o reconhecimento
público.
Neste momento, a universidade conta já com professores
para ensinar informática, inglês, desenho e pintura,
ginástica de manutenção, geriatria e levantamento
do glossário dos lanifícios.
Esta universidade está inserida no âmbito das universidades
para a terceira idade existentes a nível mundial. Joaquim
Gonçalves acrescenta que "em Espanha existem algumas
dezenas, basta consultar a Internet. No nosso País, há
universidades deste tipo em Lisboa, Coimbra e Oeiras. Pensamos
que o associativismo abre as portas à solidariedade".
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