Exmº Senhor Director do
jornal on-line da UBI,
Apesar da minha falta de jeito
para a escrita, não resisto a enviar-lhe os meus comentários
sobre o artigo intitulado "À espera dos novos alunos".
Em 1º lugar, acho de muito mau gosto que um jornal da UBI
empregue uma expressão como "ficar às moscas"
relativamente a um curso desta universidade. Em 2º lugar,
penso que seria mais correcto perguntar a opinião de algum
responsável do curso de Engenharia do Papel (EP) sobre
o problema da falta de alunos. Assim, não seríamos
obrigados a ler comentários que no meu entender são
menos correctos, nomeadamente "a licenciatura de EP está
desenquadrada da realidade empresarial...". Os industriais
do sector consideram o curso muito importante e necessário.
A grande maioria dos alunos saídos do curso de EP estão
bem (alguns mesmo muito bem) colocados na indústria. Portanto,
no nosso entender, o problema da ausência de alunos no
curso de EP deve-se à falta de sensibilidade dos candidatos
ao Ensino Superior para um curso com uma designação
não muito convencional e pouco apelativa.
Agradecendo a atenção dispensada ao ler este meu
"desabafo" despeço-me cordialmente
Ana Paula Duarte
Presidente do Departamento de Ciências e Tecnologia do
Papel
Resposta do Director
Sra Professora
Por muito que nos custe, e custa-nos certamente a todos na UBI,
o curso de licenciatura em Eng. do Papel ficou com todas as vagas
por preencher na primeira fase de colocação de
alunos, e é isto que a expressão "ficar às
moscas" traduz. A linguagem jornalística pretende
agarrar a atenção do leitor e, por isso, deve recorrer
a figuras de estilo e a expressões idiomáticas
que a tornem viva. Concordará comigo que a expressão
"ficar às moscas" é muito mais expressiva
do que "foram colocados zero alunos".
O comentário de que "a licenciatura de EP está
desenquadrada da realidade empresarial..." não pertence
à jornalista que fez a peça mas, como o poderá
verificar através de uma nova leitura da notícia,
a um alto responsável da UBI.
Não duvido minimamente que os licenciados em Engenharia
do Papel estejam bem colocados na indústria, mas isso
não basta para tornar um curso universitário atractivo.
A falta de sensibilidade dos candidatos para um curso cheio de
oportunidades profissionais terá com certeza razões.
Importaria agora é saber quais. Como a falta de candidatos
ao curso de Eng. do Papel não é de agora, mas já
vem de alguns anos, os responsáveis pelo curso já
as terão certamente identificado. Assim, quais as estratégias
para combater essa falta de sensibilidade?
O jornal Urbi et Orbi está à sua disposição
para uma apresentação do curso em texto e imagens
que ajude a uma possível sensibilização
dos candidatos e melhore a imagem do mesmo.
Os melhores cumprimentos
António Fidalgo |