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          Mina de água ou túnel ?

 

         Um poço com duzentos anos

Novas pistas

Na pista dos túneis, o Urbi descobriu mais uma entrada subterrânea. Está situada num posto de venda de tabaco nas traseiras da antiga Casa de Saúde de São Tiago. Segundo indicações dos actuais donos, esta passagem prolonga-se até ao antigo café Montalto.
A recente descoberta de um poço com cerca de 200 anos, numa construção da Rua Combatentes da Grande Guerra, demonstra a riqueza e variedade do património histórico da Covilhã.. Segundo opiniões colhidas na vizinhança, o poço servia para diminuir a força da água proveniente da serra. Uma descoberta que permanece ao abandono.


Entrada do túnel do Montalto


O mistério dos túneis
de Santo António

POR IVONE FERREIRA
        E MARIANA MORAIS

O subsolo da cidade da Covilhã pode estar povoado de túneis. Alguns deles herança de frades franciscanos. O Urbi mostra-lhe, esta semana, um túnel que terá servido os frades do Convento de Santo António. Falta descobrir o atelier do artista e falsário Morais do Convento.

O Convento de Santo António pode ter túneis no subsolo. Frades franciscanos e posteriores habitantes do edifício deixaram um mistério que até agora não foi desvendado. Túneis que terão servido de passagem para os capuchinhos e de atelier ao pintor e falsário "Morais do Convento ".
Construído em 1553 no cumprimento de um voto, o Convento que deu lugar à Reitoria da Universidade da Beira interior, não deixa de ser palco de histórias com algum fundamento.
Após a secularização do edifício, este foi habitado por Manoel Morais da Silva, o conhecido artista "Morais do Convento", que dá o nome à rua de acesso a Santo António. Exímio na criação artística, o pintor recupera o convento e restitui o espaço da igreja ao culto. Mas as obras de Morais do Convento não ficam por aqui. Dificuldades financeiras causadas por uma família numerosa, levam o artista a enveredar por outros ramos. É então que, segundo documentos da época, Manoel Morais da Silva começa a dedicar-se à cunhagem de moeda falsa. Descoberta a sua actividade, foi preso mas as provas do crime nunca foram encontradas. Crê-se que o falsário possuía um atelier onde cunhava moeda e a escondia. Este atelier nunca foi encontrado.
Quando a UBI entrou no terreno, em 1989, já conhecia as histórias que envolviam o artista e a documentação comprovativa das suas actividades. Elisa Pinheiro, directora do Museu de Lanifícios daquela universidade, declarou ao Urbi "durante a recuperação do edifício foram dadas instruções à equipa de restauro para que estivesse atenta à existência de alguma abertura no subsolo do convento. Encontraram-se apenas minas de água".

UBI não vai fazer escavações

No exterior do Convento não foram feitas quaisquer escavações. O que não descarta a ideia de poderem existir túneis no terreno circundante. O capelão da UBI, padre Luciano Costa, adiantou ao Urbi ser comum a existência de túneis que permitiam a passagem dos frades em conventos da Ordem de S. Francisco. O estilo de vida claustral, típico dos franciscanos, levou-os, muitas vezes, a construírem túneis para sair da cidade sem ser vistos ou para comunicar com outros conventos em tempos de fome ou guerra. Nos canais de abastecimento que construíam, os frades capuchos muitas vezes incluíam uma passagem que lhes permitia aceder a outros conventos. Em Santo António sabe-se da existência de canais de abastecimento de água deixados pelos frades, mas até ao momento não foi encontrado nenhum sinal concreto da sua existência.
Vítor Albuquerque, antigo morador do edifício, afirmou ao jornal da UBI ter conhecimento da história dos túneis. " Dizem que sim. Mesmo no pátio, há umas escadinhas que vêm dar ao olival. Do lado esquerdo havia um túnel. Eu nunca lá fui, nem ouvi dizer que alguém lá tivesse ido". Elisa Pinheiro declarou ao Urbi não estar nos planos da Universidade fazer escavações no local. Só se surgir algo concreto.

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