Inquérito da revista
Pro Teste revela
Covilhanenses insatisfeitos
com recolha selectiva de lixo
POR SÓNIA ALVES*
A população
contesta a forma como a autarquia procede à recolha selectiva
do lixo. A Câmara Municipal responde que o estudo da Pro
Teste não tem credibilidade.
Os munícipes do concelho
da Covilhã estão insatisfeitos com a forma como
a Câmara Municipal procede à recolha e tratamento
do lixo. O alerta é deixado pela Pro Teste, através
de um recente inquérito feito à população
de 60 concelhos do País, entre os quais a Covilhã.
O estudo foi realizado durante os meses de Fevereiro e Março
deste ano e a escolha incidiu sobre alguns dos maiores concelhos
do País, tendo sido eleito, no mínimo, um de cada
distrito. Os resultados baseiam-se nas respostas de seis mil
e 207 portugueses.
A insatisfação dos covilhanenses recai sobretudo
sobre o tratamento dos metais, plástico, pilhas e papel
e cartão. Os munícipes da Covilhã não
estão satisfeitos com a recolha selectiva dos resíduos,
com os esforços feitos pela autarquia, nem com a informação
que lhes é fornecida. Lacunas que se situam a níveis
inferiores e muito inferiores à média nacional.
No que respeita aos resíduos domésticos habituais,
nomeadamente frequência da recolha e limpeza, a satisfação
é igual à média nacional. Igual ao resto
do País, situa-se também a satisfação
quanto à recolha de vidro, limpeza das ruas, parques e
jardins, mercados e feiras. Nenhum dos pontos questionados é
cotado com valores acima da média.
Autarquia desvaloriza estudo
Para Joaquim Matias, vereador com o pelouro do Ambiente na Câmara
Municipal da Covilhã, "o estudo da Pro Teste não
tem credibilidade e a Câmara não foi contactada".
Como tal, o vereador contesta alguns dos dados que a Pro Teste
diz terem sido fornecidos pelas autarquias.
O estudo refere que a Câmara da Covilhã apenas procede
à recolha selectiva de vidro e não faz a de papel
e cartão, metais, plástico e pilhas. Joaquim Matias
afirma que a edilidade "faz a recolha selectiva não
apenas do vidro, mas também do papel e cartão e
das pilhas". Recorda o protocolo com a Universidade da Beira
Interior (UBI) e os Lions para recolha e tratamento do papel
e cartão e a existência de vários pilhómetros
espalhados pelo concelho. Em relação aos metais
e plásticos, o vereador do Ambiente diz que não
compete às câmaras recolhe-los, nem trata-los. Adianta
que esse procedimento é da responsabilidade dos empresários.
Ao contrário do que o estudo indica, Joaquim Matias sublinha
que "a Câmara da Covilhã está preocupada
com o ambiente e está a desenvolver várias acções
neste sector". Dá particular ênfase à
aquisição de novos equipamentos de recolha e tratamento
do lixo, à previsão de construção
de uma estação de compactação e preparação
de uma campanha de sensibilização ambiental. Para
Outubro, está prevista a distribuição de
um boletim informativo sobre o tratamento dos resíduos.
*NC/ Urbi et Orbi |