24 ª edição da Festa
do Avante
Retratos de uma festa
"altamente"
POR IVONE FERREIRA
E MARIANA MORAIS
No primeiro fim de
semana de Setembro, a pacata vila da Amora viu as ruas inundadas
por um formigueiro de gente. Sexta-feira, sábado e domingo,
a Quinta da Atalaia foi um País por três dias. Música,
teatro, cinema, desporto, ciência, gastronomia, artesanato,
política, de tudo houve na festa do jornal do PCP.
A Quinta da Atalaia foi o palco
escolhido para mais uma edição da Festa do Avante.
Por este espaço arborizado, com a Baía do Seixal
ao fundo, passaram nomes como Vitorino e Septeto Habanero, Mafalda
Arnauth, Maria João e Mário Laginha, Sérgio
Godinho, Rão Kiao, Tito Paris, Clã, Brigada Vítor
Jarra, entre muitos outros. A banda espanhola "Hechos Contra
el Decoro" conquistou a juventude (e não só)
com o seu ritmo vivo e descontraído. O árabe Cheb
Mami, companheiro de Sting em "Desert Rose", encheu
a noite com os sons do "rai", estilo musical argelino
de que é um dos principais intérpretes. No Auditório
1º de Maio, Jon Fromer e as Rebel Voices , deram a
conhecer a música de intervenção norte-americana.
Cada som, seu paladar
À noite, a acompanhar
a música dos concertos, as luzes da cidade reflectiam-se
nas águas da baía. Junto ao lago, a Orquestra Filarmónica
das Beiras tocava o Concerto para Violino e Oboé, de Johann
Sebastian Bach. No palco 25 de Abril, o trompetista Kermitt Ruffins
e os Barbecue Swingers tocavam música jazz inspirados
em Louis Armstrong . No Arraial, os "Ervas de Cheiro"
cantavam música portuguesa. Em cima do palco, na Cidade
da Juventude, um grupo de rapazes fazia um rap " à
maneira".
O Urbi esteve nesta 24 ª edição da Festa e
só tem uma dificuldade: transformar em palavras as mil
imagens transmitidas pelas pessoas com quem falou.
A palavra aos visitantes
Augusto de Sousa, carpinteiro,
Cartaxo
"Viemos pela primeira vez e estamos a gostar. Já
me tinham falado nisto mas ao vivo tem outro significado. É
uma beleza. É mais alegre. O ambiente é saudável.
Tudo bem organizado. Tanto nos bares como nos stands de vendas.
Não há nada aqui que a gente diga que não
gosta. Quando voltar para o Cartaxo vou contar tudo aquilo que
vi. Eu estava a dizer para o meu filho: No próximo ano
vamos no sábado, levamos a tenda e estamos mais descansados.
"
Emília de Sousa, reformada,
Cartaxo
"Para o ano havemos de cá voltar. O ano passado era
para vir. Eu costumava dizer: não gostava de morrer sem
ver a festa. Mas tive a infelicidade de ter uma doença
muito grave. Pensei: acabo por morrer sem ir lá. Mas Deus
não quis que eu morresse sem cá vir. "
João Mesquita, militar,
Braga
"Venho aqui pela primeira vez, convidado por uns amigos.
Valeu a pena. Já falei com alguns amigos e para o ano
sou eu a trazer uma 'pipa' deles. Estou a gostar muito. Especialmente
dos concertos. Gostei particularmente do último de ontem
à noite. Também gostei muito dos Clã e da
Manuela Azevedo. Foi espectacular. Adorei. Quando voltar para
Braga vou dizer que a Festa é altamente".
Manuela Costa, professora, Torre
de Moncorvo
"É a primeira vez que venho a esta festa. Acho-a
excelente. Gostámos imenso, portanto vamos voltar para
o ano. Tenho assistido praticamente a todos os concertos e penso
que são a melhor parte da Festa. Quando voltar para Moncorvo
vou convencer os amigos a virem para o ano. Até estamos
a combinar trazer uma camioneta." |