Campo de Trabalho Internacional
na Covilhã
"Mistura de culturas"
POR SÓNIA ALVES*
O verde da Serra da
Estrela e o céu azul de Portugal estão a deslumbrar
portugueses e estrangeiros. Dezoito jovens à descoberta
dos encantos serranos encontram-se no Campo de Trabalho Internacional,
a decorrer na Covilhã.
Trocar experiências, conhecer
novas culturas e fazer novos amigos. São algumas razões
que motivaram 18 jovens a participar no Campo de Trabalho Internacional,
a decorrer desde o dia 1 até ao dia 15, no concelho da
Covilhã. Rapazes e raparigas, portugueses e estrangeiros,
dos 18 aos 30 anos, prometem explorar, "ao pormenor",
a região da Serra da Estrela. Duas semanas de "aventura
e descobertas" proporcionadas pela Quercus Cova da Beira,
em conjunto com o Instituto Português da Juventude.
Susanna Laine, 21 anos, estudante, veio da Suécia e esclarece
que é presença assídua neste tipo de actividades.
Já participou em vários campos de trabalho no seu
país e estrangeiro e "não quis perder a oportunidade
de conhecer Portugal". Para a sueca, os campos de trabalho
"são uma excelente forma de conhecer muitas pessoas
de sítios diferentes". Didier Berghe, francês,
20 anos, partilha da opinião de Susanna: "Aqui encontramos
pessoas que vêm da Europa inteira, com ideias e modos de
viver diferentes. É uma mistura de culturas interessante".
Apesar de se tratar de um campo de trabalho, alguns jovens confidenciam
que, mais do que trabalhar, vieram "passar férias".
"Umas férias diferentes e agradáveis em contacto
com a natureza", diz Didier Berghe.
A maioria dos estrangeiros integrados no Campo de Trabalho da
Covilhã nunca tinha vindo a Portugal mas dizem que a experiência
está a ser "interessante". A particularidade
do verde da Serra e do clima quente vão ficar na memória
dos jovens. Didier Berghe está "maravilhado com o
sol e céu azul". Mas não só o clima
os impressiona. A simpatia dos portugueses também vai
ficar na memória da juventude. "Simpáticos
e pequenos" é como Susanna Laine caracteriza o povo
lusitano. O turco Hoyri Guner, de 21 anos, elogia, sobretudo,
os mais velhos porque, diz, "são muito engraçados".
Telma Madaleno diz que a troca de experiências, não
só entre os jovens, mas também entre a população
da região é fundamental. Divulgar a gastronomia
regional junto dos jovens é outro ponto de honra da organização.
"O País de Luís
Figo"
"Dar a conhecer a região da Serra da Estrela e, ao
mesmo tempo, sensibilizar os jovens para as questões ambientais"
são os principais objectivos do Campo de Trabalho. Telma
Madaleno, presidente da Quercus Cova da Beira, ao fim de dois
dias de actividades faz um balanço positivo da iniciativa:
"Está tudo a correr como previsto, temos feito tudo
o que está programado. Em termos de participação,
apenas faltam duas pessoas, um turco e uma suíça,
que avisaram que não vinham. Quanto aos passeios, ontem,
domingo, foi o dia mais preenchido e um pouco cansativo. Saímos
do Teixoso às 8 da manhã e fomos até à
Câmara Municipal do Fundão, onde fomos recebidos
pelo presidente. Depois fizemos uma caminhada desde a Serra da
Gardunha até Castelo Novo. Aí, eles tiveram a oportunidade
de apreciar não só o património como também
várias exposições de bordados e pintura."
Apesar de cansativo, os jovens gostaram e dizem que "o cansaço
passou rápido". E ao fim do dia ainda tiveram forças
para uma "pequena festa" no alojamento.
Alojados numa quinta perto do Teixoso, em pleno contacto com
a natureza, o grupo desloca-se a pé ou de autocarro até
aos vários destinos. Durante 15 dias, os 18 jovens vão
participar em diversas actividades por toda a região,
desde caminhadas a banhos nas praias fluviais de Belmonte e Valhelhas.
O dia da visita às aldeias históricas de Sortelha,
Monsanto, Penha Garcia e Idanha-a-Velha "promete ser divertido",
afirma Telma Madaleno. O dia destinado ao passeio pelo Parque
Natural da Serra da Estrela, com passagem por Manteigas, Poço
do Inferno e Torre, também é aguardado com alguma
expectativa. Os jovens vão igualmente formar equipas de
limpeza de mato e ribeiras, durante dois dias. Actividades variadas
de que dizem gostar e com as quais já aprenderam algumas
coisas. O turco Hoyri Guner orgulha-se de ter aprendido que a
Covilhã, apesar de "pequena", não é
uma vila, mas uma cidade. Hoyer Guner, deslumbrado com a região,
garante que vai recomendar "o País de Luís
Figo" a todos os amigos.
*NC / Urbi et Orbi
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