Portugal e Espanha elaboram
mapa ferroviário ibérico
Especialistas discutem
alternativas
à passagem do TGV por Castelo Branco
Se
os custos de pôr o comboio de alta velocidade na Linha
da Beira Baixa forem elevados, o TGV será substituído
por comboios com eixos articuláveis.
Portugal continua a defender,
junto de Espanha, a posição de que Castelo Branco
deve fazer parte do mapa ferroviário de alta velocidade
da Península Ibérica que responsáveis dos
dois países estão, neste momento, a debater.
A importância da cidade albicastrense é justificada
pela sua proximidade à Covilhã e Guarda podendo,
no futuro, constituir-se como um interface regional na distribuição
do tráfego captado no TGV.
Em declarações ao jornal Público, o presidente
do Instituto Nacional de Transporte Ferroviário, Neves
da Silva, afirma, no entanto, que "se se chegar à
conclusão que, por razões de custo, ou de fraca
procura, não se contemple a passagem por Castelo Branco,
esse facto não nos fará abandonar o projecto automaticamente".
Este responsável admite portanto uma cedência das
pretensões portuguesas às exigências de "nuestros
hermanos".
Neste momento, as maiores pressões para que o desejo dos
albicastrenses não seja atendido faz-se sentir por parte
das autoridades de Mérida e Badajoz, que também
chamam a si o desejo de constar no mapa ferroviário. Se
os custos de incluir o traçado do TGV na Linha da Beira
Baixa forem demasiado elevados, já estão a ser
equacionadas soluções técnicas alternativas
que podem reduzir o impacto da sua ausência: comboios com
eixos articuláveis que podem circular tanto na rede de
alta velocidade, em bitola europeia, como na bitola ibérica
(a distância dos carris é mais larga), assegurando
assim ligações directas de Castelo Branco para
Lisboa, Ota e Porto. O ponto no mapa do qual irradiaria a antena
para Castelo Branco também já está definido:
Monte Claro, no concelho de Nisa.
Outra pretensão que os especialistas em comboios portugueses
também querem ver atendida é que a cidade do Porto
não fique a mais de três horas de distância
de Madrid. Para que tal se concretize, é necessário
que do lado de lá da fronteira a linha não desça
a Mérida e Badajoz, preferindo os portugueses a alternativa
de Cáceres. "É fácil imaginarmos uma
cadência, por exemplo, de um TGV por hora do Porto para
Madrid e de Lisboa para Madrid e, no intervalo, comboios de eixos
articuláveis que aproveitariam a linha de alta velocidade
partindo de Lisboa, Ota e Porto para Castelo Branco, podendo
mesmo continuar para a Covilhã e Beira Alta", conclui
Neves da Silva.
*NC / Urbi et Orbi
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