de John
Frankenheimer
por pedro homero
|
Ronin é
um filme americano. É de acção, tem armas,
explosões e tipos duros. Tem tudo isto e no entanto...
é mais do que apenas um filme de acção de
um grande estúdio.
Tal como o livro apresentado esta semana também aqui temos
um exemplo de um objecto artístico que pouco traz de novo
à sua arte mas cuja experiência é agradável
de se usufruir.
Ronin não revela novos movimentos de câmara nem
novas lentes como 'Citizen Kane'. Não reinventa a narrativa
cinematográfica como 'Pulp Fiction'. Não tem a
luxúria visual de um 'Fallen Angels' ou o rigor teatral
de 'Albino Aligator'. Tem, isso sim, uma história espectacularmente
bem contada e ritmada, com rotações de 180º
na narrativa que fazem aquela impressão na barriga que
toda a gente adora e sobretudo com um carácter credível.
Sim, são Ronins (Samurais sem mestre que alugam os seus
serviços a quem os pague) e sim usam tecnologia avançada
e armas complexas, mas é tudo possível! O filme
cheira a europeu por todos os poros e foi um relativo sucesso
de bilheteira, o que prova que explosões e boas histórias
(boas = densas e credíveis) são possíveis
de coexistir no mesmo filme.
Ao nível das actuações, cinco estrelas.
O Sr. Robert de Niro dispensa comentários, está
igual a si próprio, o que para o caso é um grande
elogio. Jean Reno continua sólido no tipo de papel que
o caracteriza e Natascha McElhone encarna uma convincente operacional
irlandesa.
Conclusão: um bom exemplo para quem queira fazer um figurão,
perante os amigos, com o filme em DVD - o som agrada a quem gosta
das explosões e o filme aos cinéfilos. |