Comerciantes ainda reclamam
no Mercado Municipal da Covilhã
Sábado na praça
POR IVONE FERREIRA
E MARIANA MORAIS
Este sábado
o Urbi acordou cedo e foi ao Mercado Municipal. Quase dois meses
passados após a inauguração do piso superior,
quisemos ver os resultados da pretendida revitalização
da praça covilhanense. A afluência é grande,
mas os comerciantes lembram com saudade tempos de melhor negócio.
Dois meses após a inauguração
oficial do piso superior pelo edil covilhanense, a praça
da Covilhã continua a encher-se de gente, que ali se desloca
para efectuar as compras semanais. O sábado continua a
ser o dia preferido para consumidores e vendedores, quer pela
variedade de produtos disponíveis, quer pelo convívio
que proporciona.
É por volta das 7 horas da manhã que começam
a chegar as primeiras clientes, na sua maioria senhoras já
de idade avançada, que repetem cada manhã de sábado
o ritual de toda uma vida. O primeiro lugar a ser visitado é
o piso superior, onde podem ser vistos amontoados de tomates
e muitas alfaces, lado a lado com muitas outras variedades de
frutas e hortaliças. Mas os olhos recaem sobre os pêssegos
ou figos, este ano raros. Regateia-se o preço e segue-se
viagem com uma cesta cheia de frutas da época. Dão
um saltinho ao talho e às 10 e meia já todas têm
as compras "aviadas". É só esperar o
autocarro, que fica ali mesmo ao pé.
O terraço das verduras parece ser o destino preferido
dos consumidores, pois por outros cantos as reclamações
abundam. Os talhos continuam a queixar-se da concorrência
dos hipermercados. E os comerciantes de roupas e outros artigos,
agora localizados no piso superior, lamentam o reduzido volume
de vendas.
O elevado investimento na aquisição e apetrechamento
dos stands do piso superior frustrou ainda mais as expectativas
de quem esperava encontrar na praça a agitação
de outras épocas. Há duas dezenas de anos, a grande
afluência de emigrantes naturais das vilas e aldeias da
região fazia com que os comerciantes aguardassem esta
época com ansiedade. Hoje os emigrantes são cada
vez em menor número e quando vêm não fazem
as mesmas compras. Procuram-se sim, os "souvenirs",
a bandeira portuguesa e as camisolas dos nossos representantes
no mundo desportivo. João Pinto é popular mas
é Figo o mais procurado.
A esperança dos comerciantes recai necessariamente nos
habitantes da cidade. Desde Novembro, altura em que o piso superior
entrou em funcionamento, os visitantes locais têm vindo
a aumentar. No entanto, nem todos os habitantes da cidade tomaram
conhecimento da actual estrutura do Mercado da Covilhã.
A falta de publicidade é uma das lacunas sentidas pelos
comerciantes.
Além do mais, os sábados em que se realiza o mercado
no Campo das Festas são vistos com maus olhos. Aí
a praça perde grande parte da sua freguesia para o seu
rival, onde as t-shirt's estão "a monte" mas
custam 500 escudos.
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