Sector depende menos do turismo
sazonal
Novos investimentos melhoram
qualidade hoteleira do concelho
POR RICARDO GUEDES PEREIRA*
A oferta turística
da Covilhã está a sofrer uma "revolução".
O património histórico e ambiental é "cabeça
de cartaz" das campanhas de promoção. Um bom
exemplo é a futura Pousada da Serra da Estrela, que resultará
da recuperação do antigo Sanatório dos Ferroviários.
Setembro é o mês escolhido para a apresentação
pública do projecto, cerimónia que contará
com a presença do arquitecto Eduardo Souto Moura, a quem
foi atribu a transformação do imóvel.
A oferta turística do
concelho da Covilhã tem registado, nos últimos
meses, um crescimento assinalável. A tendência promete
continuar até ao final do ano, uma vez que até
Outubro próximo vai ser inaugurado um hotel da cadeia
Melia, com 170 camas, próximo da Variante da Covilhã.
A juntar a isto, também o Hotel Turismo procede, neste
momento, à ampliação da sua estrutura física,
o que permitirá o aumento do número de camas disponíveis
e de espaços públicos.
A renovação da oferta hoteleira alarga-se ainda
a outras empresas. A antiga residencial Académica, situada
na Avenida Frei Heitor Pinto, sofreu há pouco tempo melhorias
consideráveis, antes de alcançar o estatuto de
hotel de duas estrelas. Fora da cidade, o projecto de recuperação
do antigo edifício da Força Aérea Portuguesa,
localizado no ponto mais alto da Serra da Estrela, está
agora terminado, estando previsto o arranque das obras para 2001.
A Turistrela é a entidade que assume a condução
deste processo. As fontes de financiamento para esta intervenção
estão garantidas ao abrigo do III Quadro Comunitário
de Apoio (QCA) e de um acordo que a Turistrela celebrou com o
Governo português.
Por último, o antigo Sanatório dos Ferroviários
vai albergar a futura Pousada da Serra da Estrela. A recuperação
do histórico imóvel, cujo projecto é da
autoria do arquitecto Eduardo Souto Moura, deve ficar concluída
num prazo máximo de três anos. A melhoria substancial
da capacidade e qualidade hoteleira do concelho pode, a curto
prazo, também ser impulsionada com a abertura de uma unidade
hoteleira da cadeia IBIS.
"Dinâmica própria
ao longo do ano"
Em complemento à oferta
tradicional, é notório na Covilhã, tal como
no resto do País, o desenvolvimento do turismo em espaço
rural. Neste momento, a Região de Turismo da Serra da
Estrela (RTSE) intensifica as campanhaspromocionais para divulgar
um sector que começa agora a "dar os primeiros passos".
O carácter sazonal da actividade turística é
um factor que gera desequilíbrios na captação
de receitas e na elaboração de uma estratégia
de aplicação de investimentos por parte dos agentes
hoteleiros. O concelho serrano começa, todavia, a depender
cada vez menos do turismo sazonal. "A Covilhã tem
uma dinâmica muito própria ao longo do ano, através
do turismo de negócios ou de visitas por razões
várias, ligadas à cultura e ao ensino", explica
o presidente da RTSE, Jorge Patrão. A criação
da nova faculdade das Ciências da Saúde é
um trunfo há muito aguardado pelos empresários,
prometendo impulsionar o sector, nomeadamente através
do turismo de congressos.
Uma larga fatia das unidades hoteleiras da Covilhã registam
boas taxas de ocupação médias. A RTSE desenvolve
um trabalho contínuo para que a neve não seja o
único factor de atracção da cidade e da
região para quem vem de fora. A estratégia delineada
por aquele organismo passa, neste momento, por divulgar, através
da criação de rotas, o património histórico
e cultural que a região tem para oferecer. A promoção
concentra-se, para além dos atractivos da Serra da Estrela,
em quatro rotas distintas: Lã, Judiarias Medievais, 20
Castelos e Descobridores. Curiosamente, a Covilhã integra
todas elas, embora na "Rota dos 20 Castelos" figure
apenas como local de passagem.
*NC / Urbi et Orbi
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