Plano Operacional
Agricultura da Região
Centro
recebe 50 milhões
A formação
profissional dos pequenos agricultores é uma das prioridades
dos investimentos do Programa Operacional de Agricultura e Desenvolvimento
(POA). As explorações familiares também
vão ser beneficiadas.
O Governo acredita que, até
2006, a produtividade e o rendimento
dos agricultores vai aumentar um terço
Dos 600 milhões de contos
postos à disposição pelo Programa Operacional
de Agricultura e Desenvolvimento Rural (POA), apresentado pelo
Governo na última quarta-feira, 26, 50 milhões
destinam-se à Região Centro. Montante a distribuir
pelas Beiras Interior e Litoral em diversas áreas, para
aplicar nos sectores da agricultura familiar, desenvolvimento
do ambiente, património rural, produtos de qualidade e
gestão de recursos hídricos. Uma das novidades
do POA é a gestão regionalizada, através
dos Planos Operacionais Regionais.
O apoio à agricultura familiar é uma das grandes
exigências da Beira Interior.
Este tipo de exploração predomina na região,
de acordo com o director da Direcção Regional da
Agricultura da Beira Interior (DRABI), Rui Moreira, em declarações
à Rádio Cova da Beira, no programa Flagrante Directo.
Rui Moreira mostra-se confiante nos benefícios do Programa
Operacional e espera que, nos próximos sete anos, a agricultura
da região progrida substancialmente. Para tal, o director
da DRABI salienta que "é preciso estabelecer prioridades".
Para isso, acrescenta, a região tem de solucionar alguns
problemas, entre os quais se destaca a união dos agricultores.
Na opinião de Rui Moreira, um dos maiores obstáculos
ao desenvolvimento agrícola é o pouco associativismo
por parte dos agricultores. Para o responsável, a união
é fundamental porque "mais pessoas a pensar encontram
melhores estratégias e soluções". Outra
das prioridades é a aposta na formação profissional
dos pequenos agricultores.
Apoios para "agricultores
ignorados"
Durante a sessão de apresentação do programa,
em Santarém, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos,
salientou que esta Política Agrícola destina-se
a apoiar cerca de 100 mil agricultores. Pessoas que, segundo
o governante, foram "ignoradas completamente" no II
Quadro Comunitário de Apoio (QCA), e que podem agora,
no âmbito do III QCA, obter diversos tipos de ajudas.
Os agricultores devem apresentar as suas candidaturas entre 2000
e 2006. Para alguns investimentos, o ministro da agricultura
garante que a partir de segunda-feira, 7,os concursos já
vão estar abertos. Cada agricultor pode apresentar o máximo
três projectos. Cada um não pode exceder os cinco
mil contos e os três não podem ultrapassar os nove
mil.
O Plano Operacional de Agricultura, a financiar através
do III QCA, é constituído por cinco programas específicos,
cujas comparticipações variam entre os 30 e os
100 por cento. Agros, Agris, Ruris, reestruturação
da vinha e Programa Leader são as denominações.
Através destes "instrumentos" e ajudas das Organizações
Comuns, o Governo quer que Portugal "recupere do atraso
estrutural com que partiu para a União Europeia, quando
aderiu em 1986". Segundo o primeiro-ministro António
Guterres, o objectivo é que a produtividade e o rendimento
dos agricultores aumente um terço e as exportações
e o investimento subam um quarto em relação à
situação actual.
*NC / Urbi et Orbi
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