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Segurança Social vota a favor no último minuto
Paulo de Oliveira salva
Moura e Mattos e Laniber

POR CATARINA MOURA


Na hora H, um fax à Segurança Social viabilizou a proposta de Paulo de Oliveira e as empresas Moura e Mattos e Laniber sairam finalmente da falência iminente. Da penúria saem também 155 trabalhadores. Apesar de só 50 terem trabalho garantido, todos serão compensados por este ano e meio de desemprego e privação.

Quase um ano e meio depois, as empresas têxteis Moura e Mattos e Laniber vêem finalmente chegar a hipótese de se reerguerem e evitarem a falência. No passado dia 21, em Assembleia de Credores no Tribunal da Covilhã, a proposta de compra do conhecido empresário Paulo de Oliveira foi finalmente aprovada por maioria, num total de 68, 7 votos a favor contra 16 abstenções. Paulo de Oliveira chega assim a acordo com a principal credora das empresas: a Segurança Social, que detinha a hipoteca e o equipamento. As negociações foram difíceis e têm vindo a arrastar-se ao longo dos últimos meses, sem atingirem qualquer consenso. A Segurança Social preparava-se para votar contra a proposta do empresário beirão, quando um fax do secretário de Estado da tutela, Vieira da Silva, chegado ao tribunal à última da hora, mudou tudo e deu luz verde a Paulo de Oliveira.
O empresário revelou posteriormente que o apoio do ministro do Ambiente, José Sócrates, foi essencial para este desenlace. Sensível à importância das empresas para a região e comprometido com a sua causa desde as últimas legislativas, Sócrates terá pressionado a Segurança Social para aceitar a oferta de Paulo de Oliveira.

Dois terços sem emprego

Para o final de Agosto fica marcada a assinatura da escritura da sociedade que irá gerir as empresas, com um capital de 400 mil contos. Consciente da difícil situação das suas recentes aquisições, Paulo de Oliveira admite que "inicialmente vamos perder muito dinheiro, pois as empresas estão mortas, perderam clientes e lugar nas feiras", condições essenciais à sobrevivência deste tipo de empreendimentos. No entanto, o empresário mostra-se confiante. Para já, anuncia a renovação do parque de máquinas, uma vez que as encontradas nas empresas "estão completamente ultrapassadas".
Ao salvar a Moura e Mattos e a Laniber da falência, Paulo de Oliveira vem dar alento a 155 trabalhadores que há ano e meio se vêem ameaçados com o desemprego. Apesar de só poder garantir 50 postos de trabalho, admitindo no entanto que o número pode aumentar, o empresário vai pagar a todos os salários que têm em atraso e atribuir subsídios num total de 150 mil contos. Alguns trabalhadores poderão ainda ser colocados nas empresas que o grupo tem sediadas na Boidobra e em Unhais da Serra.

 

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