Carlos Pinto inaugura piso
superior do Mercado Municipal
Conversas de Educação
na UBI
POR IVONE FERREIRA
E MARIANA MORAIS
Educação,
sexualidade e os problemas na adolescências foram alguns
dos assuntos focados nas 1 ªs Conversas sobre Educação.
Resultado de uma iniciativa conjunta de professores e alunos
das licenciaturas via ensino da Universidade da Beira Interior,
o dia 3 de Julho foi reservado para o debate destes temas. Organizadores
e participantes mostraram-se satisfeitos com os resultados obtidos.
No dia 3 de Julho
realizaram-se, no anfiteatro I do pólo I da UBI, as 1
ªs Conversas sobre Educação. A iniciativa
partiu de duas docentes da UBI, Maria de Fátima Simões
e Graça Esgalhado, em colaboração com alunos
das quatro licenciaturas da via ensino leccionadas na Universidade
da Beira Interior. A base das conversas assentou nos trabalhos
desenvolvidos pelos alunos, no semestre passado, para as cadeiras
de Psicologia Educacional, Métodos e Técnicas de
Educação, Organização e Gestão
da Educação e História e Epistemologia da
Educação.
O encontro visou promover as competências sociais e de
comunicação dos alunos, divulgar à academia
o trabalho do departamento de Ciências da Educação,
e promover o debate. Nestas conversas estiveram também
presentes professores de algumas escolas do concelho, o que permitiu
dar a conhecer experiências adquiridas na prática
do ensino.
A abertura foi presidida pelo prof. Mário Raposo, vice-reitor
da UBI. Salientando o excesso de professores em algumas áreas
de ensino, este considerou a situação contraditória,
tendo em conta a existência em Portugal de um nível
de iliteracia dos mais elevados da Europa. "É um
desafio premente, que se coloca ao País, apostar na educação",
concluiu o vice-reitor da UBI.
Psicologia educacional e sexualidade
Os trabalhos iniciaram-se pelas
10 horas, com uma comunicação de Fátima
Simões abordando A Psicologia Educacional na formação
de Professores. Aquela docente da UBI salientou a importância
da co-aprendizagem entre professores e alunos, devendo cada professor
compreender-se como um aprendiz na sala de aula. Mas mais, a
profissão de professor exige "o saber, o saber fazer
e o saber ser", defendeu. Mereceu também destaque
a compreensão da criança como um ser único,
igual a si próprio, com necessidades afectivas únicas.
"É necessário que os professores saibam explorar
a criatividade dos alunos e acompanhá-los pois ter um
QI elevado não é condição suficiente
para um desenvolvimento harmonioso".
As comunicações apresentadas pelos alunos, na parte
da manhã, reflectiram sobre os temas da adolescência
e da sexualidade na adolescência. Os futuros professores
deram ênfase aos problemas vividos pelos adolescentes,
problemas esses aos quais os professores não estão
preparados para dar resposta. A adolescência caracteriza-se
por uma série de importantes e complexas mudanças
a que os professores não podem estar alheios.
Na opinião de Fátima Simões "a educação
sexual é uma área transdisciplinar onde deverão
participar professores de diversas disciplinas, incluindo biólogos".
Durante a tarde foram apresentadas várias comunicações
versando diversas teorias da motivação bem como
uma evolução cronológica da educação.
Educar é comunicar
O ponto mais alto destas 1ªs
Conversas atingiu-se com a comunicação do Dr. Mário
Anacleto, professor no Conservatório de Música
da Maia, subordinada ao tema O professor como líder na
escola e na vida: o desenvolvimento pessoal como chave e motor
do sucesso. Dando mostras de dinamismo e elevada capacidade de
comunicação, Mário Anacleto afirmou que
enquanto professor e aluno estiverem de costas voltadas não
pode existir sucesso escolar. A chave é o amor, amar alguma
coisa todos os dias. "Um professor é um servidor
dentro de um sistema de prestação de serviços.
O aluno é o seu cliente" declarou Mário Anacleto.
A situação presente do ensino no nosso País
está longe de ser perfeita. "Este não é
o sistema perfeito. Deveria ser compreendido que nem todos os
alunos conseguem ou pretendem chegar lá acima. È
necessário conceber um sistema que dê ao aluno ensinamentos
práticos que lhe permitam ganhar o pão. A escola
tem de saber dar o pão às pessoas". O 13 ºano,
recentemente introduzido no sistema de ensino português,
servirá, na opinião deste professor, para reter
a juventude mais tempo na escola e subtraí-la ao desemprego,
de uma forma artificial.
Objectivos alcançados
No final das 1ªs Conversas,
Fátima Simões mostrou-se satisfeita com os resultados
obtidos nesta primeira iniciativa. "Estamos muito satisfeitas.
Os alunos estiveram muito bem, muito à vontade. Os trabalhos
estavam bastante bons. Muito bem interligados. Da parte da plateia
recebemos o testemunho de algumas experiências que foram
bastante interessantes", declarou a docente da UBI.
Teresa Barata, aluna da licenciatura em Física - Ensino,
mostrou-se contente com o resultado da iniciativa. "Esta
proposta quando nos foi lançada era para nós uma
utopia. Foi concretizada, e a nosso ver foi concretizada com
sucesso. "
Jorge Silva, de 20 anos, aluno do 3º ano de Física
- Ensino declarou ao Urbi ter achado estas conversas "muito
interessantes. Iniciativas como estas são muito importantes
para a formação de professores. Verifiquei que
estiveram aqui não só futuros professores como
também actuais. Para uns e para outros a iniciativa foi
muito proveitosa."
Durante as Conversas, os participantes tiveram oportunidade de
visitar uma Feira do Livro que contou com a participação
de três livrarias. Na entrada do anfiteatro estavam expostos
os trabalhos que permitiram a realização destas
1 ªs Conversas. O final ficou marcado por um apontamento
musical a cargo do grupo Pifaradas e Zambujadas dos pastores
de Unhais da Serra. |