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A VIDA DEPOIS
DE DEUS
DOUGLAS COUPLAND
POR PEDRO HOMERO |
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"MEU DEUS,
FAZ DE MIM UM PÁSSARO... É TUDO O QUE SEMPRE DESEJEI...
UM PÁSSARO BRANCO E ÁGIL LIVRE DE VERGONHA, DE
MALDADE E DE MEDO DA SOLIDÃO, E DÁ-ME OUTROS PÁSSAROS
BRANCOS COM QUEM VOAR, DÁ-ME UM CÉU TÃO
GRANDE E TÃO VASTO QUE, SE EU NUNCA QUISER DESCER PARA
A TERRA, NÃO TENHA QUE O FAZER. MAS DEUS, EM VEZ DISSO, DEU-ME ESTAS
PALAVRAS, E EU DIGO-AS AQUI." |
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MAIS uma semana, mais um
Coupland, como não poderia deixar de ser.
Esta vida depois de Deus é a segunda obra deste canadiano,
mas em certa medida até parece ser fruto de uma vida mais
comprida. Ou se calhar prova que não é necessário
chegar a ancião para se destapar um pouco do véu
do grande mistério que é a vida (e como vivê-la).
Agora sob a forma de pequenos contos, sempre na primeira pessoa
e mais pessoal que nunca (torna-se difícil perceber se
uma história é ou não auto-biográfica),
Douglas Coupland segue na demanda da grande revelação
que vai dar sentido à vida das suas personagens (às
nossas vidas). A sua visão desencantada das coisas imprime
a marca do cepticismo ao longo de cada história, mas acaba
por potenciar por inversão a esperança segredada
em cada fim, como que fazendo acreditar que há sempre
razões para estarmos felizes por estarmos vivos. |
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