por pedro homero
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as virgens suicidas
a
capacidade de apresentação e explanação
coesa e madura de um tema tratado quase sempre de uma forma superficial
é, por si, razão suficiente para a recomendação
de um filme. Sofia
Coppola apresenta-se como uma realizadora
que já sabe o que quer fazer e como o mostrar (rotina
filho de peixe....).
O filme expõe, sem julgar, a difícil tarefa de
ser uma rapariga de 13 anos. Ou um rapaz de 15. A adolescência,
ou melhor, os problemas a ela inerentes, são narrados
por quem os sente e por quem procura descobrir como há-de
viver as mudanças e as dificuldades (bem reais, não
duvide) dessa idade.
Um grupo de rapazes de um qualquer subúrbio
americano dos anos 70 procura compreender o que terá levado
um grupo de irmãs a suicidarem-se, tentando assim, e por
acréscimo, conhecerem-se melhor a eles próprios
e à influência que as manas Lisbon tiveram neles
e na sua comunidade.
A atmosfera irradia sensualidade e tristeza - uma combinação
interessantíssima - na medida em que os corpos e as emoções
moldam a estrutura mental do espectador de modo a levá-lo
a uma sensação mista de volúpia e pesar
poucas vezes conseguida. Papá Coppola deve certamente
estar muito orgulhoso. |