Primeira em Portugal Continental
Fundão mostra
espólio de Amália
POR SÉRGIO FELIZARDO*
Parte do espólio pessoal
da falecida Amália Rodrigues vai estar, em breve, no Fundão.
O anúncio surgiu na cerimónia dos 253 anos do concelho.
A fadista foi agraciada com a medalha de ouro da cidade
O Fundão é
a primeira cidade do Continente a receber a exposição
itinerante do espólio pessoal de Amália Rodrigues.
O anúncio foi feito pelo presidente da Fundação
com o nome da fadista, Amadeu Aguiar, durante as comemorações
dos 253 anos do concelho.
A cerimónia decorreu na sexta-feira, 9, na Câmara
Municipal e foi marcada pela atribuição da medalha
de ouro da cidade a Amália. Uma homenagem a título
póstumo que emocionou os representantes da artista e toda
a assistência. José Manuel Rebordão Rodrigues,
sobrinho, recebeu a insígnia que, segundo o mesmo será
exposta na residência onde Amália viveu e que, brevemente,
abre ao público como casa/museu.
A exposição itinerante, da qual fazem parte, entre
outras peças, alguns dos vestidos da fadista, está
patente desde ontem, quinta-feira, 15, no Funchal, de onde parte
para a Beira Baixa. Região natal dos pais de Amália
Rodrigues. Um motivo de "grande orgulho" para uma cidade
e um concelho onde, como lembra o presidente da autarquia, José
Maria Fortunato, "estão as raizes de Amália".
253 anos de "intenso trabalho"
Para além da entrega de mais quatro medalhas a outros
tantos homenageados (ver caixa), a cerimónia contou com
mais um tributo à memória de Amália Rodrigues.
A encerrar as comemorações o Salão Nobre
da edilidade encheu-se de emoção com a actuação
da fadista Fátima Tapadas, acompanhada à viola
por Luís Pontes, irmão da cantora Dulce Pontes,
à guitarra portuguesa por Raimundo Seixas e no contrabaixo
por Ricardo Cruz.
Antes, oportunidade para José Maria Fortunato enaltecer
"253 anos de intenso trabalho e esforço das gentes
do Fundão e dos seus autarcas. Tanto na satisfação
das necessidades essenciais, como na construção
de infraestruturas e criação de empresas e empregos".
Apesar "do passado glorioso", Fortunato considera que,
agora, é preciso "avançar rumo ao progresso".
E dá o exemplo com o que classifica de "trabalho
que não salta aos olhos das pessoas": "Estamos
a meio do mandato, altura em que vão começar a
surgir os resultados mais visíveis desse trabalho. São
os casos do inicio das obras do Mercado / FACIF, ou dos novos
projectos relativos ao Complexo das Piscinas Municipais, do Parque
Urbano, do Complexo Desportivo Municipal e do Pavilhão
Gimnodesportivo Municipal".
"Freguesias têm os mesmos direitos"
Em dia do concelho a referência às freguesias e
suas anexas não foi, obviamente, esquecida. Para o presidente
da Câmara Municipal "não se pode esquecer que
os cidadãos que nelas habitam têm exactamente os
mesmos direitos que aqueles que se fixaram na sede concelhia".
"Nunca nenhum executivo municipal investiu tanto na resolução
do problema do abastecimento de água e saneamento, nas
acessibilidades, na cultura e no desporto, como este. Estamos
a dar o melhor para que o Fundão tenha, de uma forma equilibrada
e homogénea, um futuro risonho para todos. Em especial
para as novas gerações", defende José
Maria Fortunato em tom convicto. Uma "cruzada pelo desenvolvimento"
em que o edil espera ter o apoio de toda a população.
"É assim que queremos o Fundão", disse,
antes de terminar com um forte elogio aos funcionários
da Câmara e aos homenageados da noite, que há 25
anos "prestam, diariamente, bons serviços à
causa pública": a bombeira Maria de Lurdes Manteigas,
o comandante honorário dos Bombeiros Voluntários,
Luís da Silva Carvalho, e aos funcionários, João
Francisco Ribeiro e Manuel Farinha. Todos agraciados com a medalha
de prata.
"Zelo e Dedicação"
Medalhas distinguem 25
anos de serviço
O concelho do Fundão homenageou, na sexta-feira, 9, dia
em que se assinalam os 253 anos da sua criação,
a dedicação de quatro cidadãos ao serviço
de carácter público. 25 anos de trabalho distinguidos
com a atribuição de três medalhas de prata
e uma de ouro.
A primeira a ser condecorada foi Maria de Lurdes Manteigas (primeira
à direita na foto). Bombeira desde 1 de Janeiro de 1975,
detentora de duas medalhas "Grau Ouro" (relativas aos
15 e 20 anos de serviço), participa em várias actividades
da vida do Corpo Voluntário. É co-responsável
pelos corpos infantil, cadetes e feminino, bem como pela fanfarra
e organização de festas.
Depois foi a vez dos funcionários autárquicos,
Manuel Farinha e João Francisco Ribeiro. Ambos a trabalhar
na instituição há um quarto de século.
E, finalmente, a medalha de ouro para o comandante honorário
dos Bombeiros Voluntários fundanenses, Luís da
Silva Carvalho. Dono de um currículo riquíssimo,
é natural do Paul, concelho da Covilhã e tem 65
anos. Homem multifacetado, tirou o curso de guarda-livros na
Escola Nacional de Contabilidade no inicio dos anos 50. De então
para cá desempenhou inúmeras funções
nos bombeiros, mas também na Associação
Desportiva, na Associação Comercial, no Hospital,
entre outros. O galardão por bons serviços destina-se
a "distinguir o valor das suas acções, a assiduidade,
o zelo e a dedicação com que dignificou as suas
funções". |
*NC / Urbi et Orbi |