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Guerra Colonial esquecida
Núcleo dos Combatentes
da Covilhã mostra África
POR ANTÓNIO VERÍSSIMO
A música, o comer
e a cultura africana vão ser divulgados, na Covilhã,
através de uma jornada africana que será realizada
pelo Núcleo dos Combatentes da Covilhã. A data
ainda não foi revelada, mas a semana africana, segundo
o presidente da Liga local, José Azevedo, 55 anos, ex-combatente,
em Moçambique (1974), já está nos horizontes
da Associação covilhanense.
José Azevedo confirma que artistas como a Sara Tavares,
Bonga e alguns músicos cabo-verdianos poderão vir
abrilhantar a festa, que ainda vai contar com uma exposição
de fotografias, artigos de artesanato e vestuários africanos.
O responsável pelo núcleo dos combatentes da Covilhã
garante que já efectuou os primeiros contactos com um
amigo da embaixada de Cabo Verde, em Lisboa, para apresentar
a sua proposta.
José Azevedo garantiu ao Urbi que a resposta foi positiva.
Agora, falta é um encontro da Assembleia dos Sócios
para dar continuidade ao projecto do referido evento, esclarece.
O objectivo desta semana africana na Beira Interior, diz José
Azevedo, é "demonstrar a nossa solidariedade com
os africanos". O mesmo responsável adianta que está
na disposição de apoiar as comunidades africanas.
O núcleo está aberto e aceita a participação
ou inscrição de qualquer indivíduo proveniente
de África.
O presidente da Liga, que esteve em Moçambique, recorda
que viveu maus momentos durante a guerra, mas entretanto não
se esquece "os bons tempos que passou em África".
Recorde-se que o núcleo da Liga dos Combatentes da Covilhã
teve a sua fundação em Fevereiro de 1926. Após
um período de hibernia de 1971 a 80, relata um boletim
do núcleo, foi reactivado, sob a direcção
do Major Teixeira Lino, do 1º Sargento José Guerra
e de Lopes Almeida.
Em 1985, com 80 sócios no seu activo, e nova direcção
com novas ideias, o núcleo arrancou para um novo ciclo,
lê-se no mesmo documento, que ainda ilustra algumas actividades
desportivas e recreativas, como por exemplo exposição
de "Arte Afro-Asiática". "Já vislumbramos
alguma mudança e estamos prontos para um novo ciclo. Mais
actividade associativa. Planos para a mesma sede", revela
o folheto produzido pela própria Liga.
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