A televisão no interior
Os jornais regionais Notícias
da Covilhã e Interior da semana passada
chamaram à primeira página o intenção
da UBI em proceder a emissões
experimentais de televisão por cabo, por ocasião
da vinda do Secretário de
Estado da Comunicação Social em 30 de Maio à
UBI a fim de proferir uma breve comunicação sobre
a futura regulamentação das televisões locais
por cabo.
Sobre o assunto merecem ser feitas as seguintes considerações.
Na UBI existe uma televisão interna, com produção,
edição, distribuição e
recepção próprias; designamo-la por TUBI
Televisão Universitária da Beira Interior.
Ao longo do último ano tem tido uma actividade regular,
nomeadamente na feitura de um noticiário semanal interno.
Dirigida pelo Dr. João Canavilhas, técnico superior
do CREA, a TUBI é uma actividade altamente motivadora
dos alunos de Ciências da Comunicação e constitui
um laboratório vivo de experimentar e fazer televisão.
Dito isto, e face à qualidade do trabalho realizado, é
normal que se
pretenda dar o passo seguinte, e que é, primeiro, dar
visibilidade local e
regional a esse trabalho, e, em segundo lugar, prestar um serviço
à cidade e à região na área da informação
e do entretenimento cultural. A televisão é uma
peça essencial no desenvolvimento regional e a UBI pode
e deve, pelos conhecimentos obtidos, fazer render o potencial
conseguido ao serviço da Covilhã e da Beira Interior.
É altura de o legislador regulamentar a lei do cabo, Dec.
Lei 241/97, que
obriga os operadores de cabo a reservar até três
canais da respectiva rede
para a distribuição dos canais de televisão
de cobertura regional ou local
transmitidos em aberto e devidamente autorizados nos termos da
legislação aplicável e para a distribuição
de sinais de vídeo e ou áudio fornecidos por entidades
sem fins lucrativos e visando, nomeadamente, a informação
de cariz autárquico, a experimentação de
novos produtos ou serviços e a difusão de actividades
de âmbito educacional e cultural." Pois parece impossível,
embora seja a realidade, que neste momento os operadores de cabo
possam incluir os canais estrangeiros que quiserem, como as televisões
regionais espanholas, de que a Galiza e a Andaluzia são
exemplos, mas não possam emitir canais regionais portugueses.
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