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Televisões regionais
dentro de quatro anos
POR RODOLFO SILVA
Arons de Carvalho, responsável
pela Secretaria de Estado para a Comunicação Social,
esteve na UBI para falar de televisão. Uma conferência
morna que serviu para resumir aquilo que foi o percurso da televisão
na Europa até ao momento e traçar o futuro cenário
das televisões regionais, no qual a UBI pode vir a desempenhar
papel activo.
O Secretário de Estado
para a Comunicação Social, em conferência
na Universidade da Beira Interior na passada terça-feira,
levantou um pouco do véu em relação às
televisões regionais, prevendo que estas sejam uma realidade
por volta de 2004. "Pela tecnologia digital, que permite
um maior número de canais do que o espaço disponibilizado
pelo espectro radioeléctrico, e pela legislação
que prevê três canais de cabo reservados para televisões
locais, poderemos ter televisões locais a funcionar dentro
de quatro anos", garantiu
Antes, Arons de Carvalho já tinha apontado os factores
que contribuíram para o monopólio do estado no
controlo do audiovisual até às décadas de
70 e 80. "As razões foram quatro. Históricas,
que se prendiam com a guerra fria e a necessidade de "controlar"
as ideias que se vinculavam e evitar um retorno do autoritarismo.
Técnicas, uma vez que o espaço radioeléctrico
era limitado. Os elevados investimentos exigidos, quando ainda
não havia um mercado audiovisual como hoje. E, por fim,
havia a necessidade de reflectir nas programações
a pluralidade da sociedade", explicou.
As tecnologias digitais, que têm sido chamadas a 4ª
Revolução no audiovisual serão, sem dúvida,
o ponto de viragem no mundo da televisão e do multimedia.
Os novos meios que servirão de suporte para o sinal televisivo,
e as facilidades de constituição de canais, permitirão,
no futuro, uma multiplicidade de canais que satisfaçam
todos os sectores da sociedade. As televisões locais serão
uma aposta neste sentido. No entanto, Arons de Carvalho pretende
que no processo de constituição, não se
repita o erro cometido com o licenciamento das rádios
locais. "Na altura quiseram satisfazer toda a gente, e o
mercado não era suficiente para todos. Para resolver este
ponto uma das soluções será transmitir em
sinal codificado " .
UBI quer participar em canal
local
Para que as coisas funcionem logo à nascença, está
previsto que, localmente, se comecem a fazer experiências
de televisão que "terão de ser encaradas com
alguma calma", avisa o secretário de Estado que tutela
a comunicação social.
Para o professor António Fidalgo, docente da UBI presente
na mesa da conferência, "as inúmeras possibilidades
que a técnica proporciona, colocam a questão de
saber quais os conteúdos que devem ser difundidos".
A solução, na opinião deste docente, reside
nas universidades, e dá como exemplo, "a Universidade
da Beira Interior, que tem apostado e incentivado a produção
de audiovisual, e mesmo outros projectos no âmbito do on-line,
sem esquecer o curso de Design e Multimedia que terá início
no próximo ano".
Vasco Cardoso, presidente da Associação Académica
em final de mandato, aproveitou a oportunidade para questionar
Arons de Carvalho sobre a demora da atribuição
da frequência de rádio à associação
de estudantes. A resposta não podia ter sido mais política,
"Não é ao governo que cabe a decisão
mas sim à Alta Autoridade para a Comunicação
Social. Já se está na fase final do concurso, e
até ao Verão serão divulgados os resultados.
E quero desde já manifestar o meu apoio à vossa
candidatura", assegurou.
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