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Cinquenta anos de sacerdócio na Erada, Covilhã
Padre Beirão celebra
Bodas de Ouro

POR DANIELA MALHEIRO

Aos 75 anos António Gonçalves completa este ano cinco décadas consecutivas ao serviço da igreja na região da Beira Interior. A servir actualmente os concelhos de Seia e Covilhã, o sacerdócio entrou na sua vida por vocação própria, trabalho que abraça com extrema dedicação desde o primeiro dia.

A longa caminhada começou em 1950, ano em que foi ordenado padre nos seminários de Fundão e Guarda. Natural da freguesia do Barco no concelho da Covilhã, António Gonçalves tinha então 25 anos. Incumbido na altura de servir a freguesia da Erada , esta é de resto a paróquia que ainda hoje serve passados 50 anos.
Da sua actividade fazem também parte freguesias como o Sobral de S. Miguel, que serviu durante sete anos, e a Comunidade das Teixeiras no Concelho de Seia, onde trabalha actualmente. Único sacerdote da família, é com muito orgulho que recorda a sua nomeação, sacramento que considera tão importante como outro qualquer pela "devida preparação e vocação que lhe estão inerentes ".

Empreendedor e multifacetado

Sobre os projectos profissionais que foi desenvolvendo ao longo dos anos, António Gonçalves refere-se sobretudo " ao projecto de vida cristã ", o mais importante na sua opinião e aquele ao qual tem sido fiel, como fundamento de toda a sua actividade. " Uma forma de servir as pessoas através dos ensinamentos de vida que Cristo deixou".
Paralelamente, o Padre António é "um homem multifacetado a quem a Erada muito deve". A criação do Posto Médico, o Centro Paroquial de Assistência e Formação Social, Creche, Jardim de Infância, Telescola, Teatro e convívios de Verão são apenas alguns dos projectos a que este homem deu vida.
E porque nem só de palavras vive o homem, o trabalho de António Gonçalves não tem parado. Não se contentando em transmitir somente a " palavra de Cristo ", este padre é sobretudo o exemplo de um homem moderno a actualizado, atento às necessidades de um povo e de uma comunidade.
A construção de uma capela e de uma nova igreja são apenas os últimos exemplos do seu trabalho meritório.

Cativar os mais novos

Na sua opinião, as novas gerações são sobretudo cativadas pelos bons exemplos. "Despertar neles o gosto de fazer o bem". Mostrar princípios e valores humanos que passam pelo exemplo ímpar que foi Jesus Cristo. "Fazer sentir-lhes a alegria que se sente quando alegramos os outros", é o mais importante, defende.
Uma vocação ou "chamamento" como lhe gosta de chamar, que não é hereditário nem nasce connosco porque "pode brotar em nós de um momento para o outro". Um facto a que não está imune o nosso País, pois na sua opinião, muitos são os estudantes universitários, que no meio ou no fim do curso sentem um chamamento para a vocação sacerdotal ou missionária.

Valeu a pena

O balanço destes 50 anos é francamente positivo para António Gonçalves. Um amigo para todos e um exemplo na sua classe de trabalho. A sua longa actividade é já reconhecida por muitos, mas acaba por ser um assunto que lhe merece alguma reserva, uma vez que "se vai realmente perdurar ou não só o futuro o dirá ". Apesar de tudo é com grande satisfação que olha o passado . Optimismo que se mantém perante o futuro, onde só lamenta que sobretudo os jovens "não se interessem mais pela cultura dos valores de espírito ". Um forma de engrandecer os aspectos humanos num mundo cada vez mais materialista, técnico e científico.

 

 
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