Expo 2000 já abriu
Um novo mundo nasce em
Hanôver
Humanidade, Natureza
e Tecnologia: um novo mundo a nascer é o lema da Expo 2000, que abriu ao público
no dia 1 de Junho, na cidade alemã de Hanôver. Uma
exposição universal, que conta com a presença
de 180 países, entre os quais Portugal, e que poderá
ser visitada nos próximos cinco meses.
Até Outubro, Hanôver
estará possivelmente entre os destinos europeus mais requisitados.
Toda a cidade se organizou para receber os 40 milhões
de visitantes previstos. O aeroporto foi ampliado, as linhas
de metro alargadas, os edifícios renovados, as auto-estradas
reparadas. E agora aguarda-se ansiosamente pelo sucesso do evento
e pelo retorno do investimento, que rondou os 346 milhões
de contos.
Seja a última exposição mundial do segundo
milénio ou a primeira do terceiro, a Expo 2000 impõe-se
pela sua dimensão. Com bilhetes diários na ordem
dos sete mil escudos, embora haja descontos para crianças,
jovens, famílias e grupos organizados, esta exposição
pretende conduzir o visitante através do túnel
do tempo, rumo ao futuro e a um mundo novo. Além dos pavilhões
nacionais, a Expo inclui também os temáticos: Humanidade,
Ambiente, Necessidades Básicas, Nutrição,
Saúde, Energia, Mobilidade, Trabalho, Conhecimento, Século
XXI e Planeta de Visões.
Pavilhões recicláveis
Todos os pavilhões se
querem destacar pela criatividade. Envolvendo alguns dos melhores
arquitectos mundiais, a sua construção devia obedecer
a duas condições estabelecidas pela organização:
os edifícios deviam ser feitos sem materiais prejudiciais
ao ambiente e ser reutilizáveis. Embora apenas uma pequena
parcela dos 180 países envolvidos tenha obedecido a estes
requisitos, houve também propostas muito originais. É
o caso da Suíça, que construiu o seu pavilhão
com vigas de madeira recém-talhada e sem tratamento, que
mais tarde servirá como madeira de construção.
A proposta japonesa era bastante arrojada: pretendia construir
um edifício integralmente em papel, que no final seria
convertido em cadernos escolares e papel higiénico. Mas,
ao esbarrar com as leis de construção alemães,
os japoneses viram-se forçados a reforçar a estrutura
do seu pavilhão com ferro, madeira e plástico.
Uma casa portuguesa, com certeza
Álvaro Siza Vieira e Eduardo
Souto Moura são os arquitectos portugueses responsáveis
pelo projecto do pavilhão português, que será
desmontado e trazido para Portugal no final da exposição.
Utilizando materiais recicláveis e que minimizam as necessidades
de iluminação e ventilação artificiais,
o edifício português está revestido de cortiça,
pedra de lioz e azulejos feitos à mão, e coberto
com fibra de vidro. No pátio, dois sobreiros portugueses
acolhem os visitantes, que no interior poderão conhecer
Portugal através dos objectos expostos e das imagens projectadas
num ecrã hiperpanorâmico.
Tal como todos os outros países, também o nosso
leva à Expo 2000 os seus maiores talentos na música,
teatro, dança e cinema. É o caso dos Madredeus,
Dulce Pontes, Maria João e Mário Laginha, Mísia,
Pedro Burmester, The Gift, e ainda da dança de Clara Andermatt,
da magia de Luís de Matos, e do cinema de Manoel de Oliveira
e Maria de Medeiros, entre outros. |