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Coro dos pequenos cantores da Covilhã
"Afirmar o nome da cidade"

POR RITA LOPES

Depois de um ano de rigorosa selecção, finalmente se constituiu e se apresentou ao público o Coro dos Pequenos Cantores da Covilhã. O Teatro-Cine foi o palco da primeira demonstração das crianças que no seu dia, 1 de Junho, cativaram o vasto auditório que lotou o local. Uma iniciativa da autarquia local que "é uma boa promessa para afirmar a cultura da cidade e a constante preocupação com as crianças".

O concerto iniciou-se às 21h30 com as palavras oficiais de Carlos Pinto, presidente da edilidade, que se dirigiram sobretudo às crianças, aos pais e ao maestro Luís Cipriano, como forma de agradecimento e de incentivo ao trabalho realizado.
A demonstração durou apenas uma hora, mas foi repleta de entusiasmo e de alegria que se sentia no palco e no público. Cem crianças com idades compreendidas entre os 7 e os 14 anos, 50 pequenos cantores e 50 instrumentistas, apresentaram um programa maioritariamente preenchido com canções infantis, não pela sua idade, mas pelo dia em causa, o Dia Mundial da Criança. "O balão do João", "Os olhos da Maria Nita" e "Josézito" foram as canções que, do repertório apresentado, receberam mais aplausos devido ao solo de três meninas, cuja fragilidade encantou o auditório.
Luís Cipriano, maestro do coro, refere que "este programa foi propositadamente escolhido para o dia, pois o coro tem outro tipo de músicas que irão mostrar em futuros concertos". No final, a satisfação era total nas crianças, na organização e no vasto público. Carlos Pinto revelou a sua emoção quando afirmou que "foi o coro que sonhei" e acrescenta "esta noite vai ficar na história". Sendo um coro municipal, o autarca não quis deixar de referir "a preocupação da câmara com as crianças e com a crescente qualidade da cultura da cidade, deixando esta mensagem simbólica de empenhamento não só neste dia, mas para cada dia do ano".

Crianças responsáveis

A selecção dos membros foi demorada e bastante rigorosa. Segundo Luís Cipriano "há muitas crianças que querem integrar este coro, por isso cada vez temos de ser mais duros". Já bastante habituado a estes pequenos cantores, o maestro afirma que "é muito fácil coordenar estas crianças todas", pois normalmente, diz "as dificuldades aparecem mais com os adultos". O maestro sente-se muito contente em trabalhar com miúdos tão jovens pois, segundo ele, "gostam muito de música e são muito responsáveis. É uma questão de lhes atribuir responsabilidades e tudo acontece naturalmente".
No final do concerto, Luís Cipriano diz convicto que "já estava a contar com isto. Já os conheço e confio perfeitamente neles, independentemente da idade". Contudo, o maestro também reconhece que quando se sobe ao palco muita coisa pode acontecer e por isso as crianças são desde pequenas mentalizadas de que "a música é para ir para os palcos e não para ficar nas salas de aula".

Três casas em palco

O Coro dos Pequenos Cantores é uma realidade há muito tempo pensada por várias instituições da cidade. Embora pertença à câmara municipal, ele tem a colaboração da Associação Cultural da Beira Interior, que também trabalha com a Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI). Assim, como afirma Luís Cipriano, "estavam representadas no palco três instituições: duas que se dedicam verdadeiramente à música e uma terceira, a autarquia, que apoia as outras duas". Para o maestro, esta junção é muito importante pois "nenhuma pode trabalhar para seu lado" e garante que "no futuro as cidades do interior vão ter que se juntar para trabalharem em conjunto e poderem fazer frente aos lobbys que existem em Lisboa".
Quanto à digressão do coro, no próximo dia 25 deste mês haverá o seu segundo concerto na Igreja de S. Tiago, inserido no 10º aniversário do Coro Misto da Covilhã, onde irão apresentar um programa clássico que segundo o maestro "será bastante diferente deste dia". Depois o coro entra em férias, mas já têm várias propostas para Setembro e Outubro, nomeadamente em Oeiras, Pombal e Montijo. Contudo, ainda nada está certo pois, como refere Luís Cipriano, "ainda falta decidir com a edilidade o que será melhor para o coro e para a cidade".
Desde já, Carlos Pinto mostra-se bastante empenhado nesta nova mostra de arte musical e garante que: "Este coro vai ter um programa rico de deslocações a vários municípios e vamos procurar que sejam de todo o país para ganharem experiência e afirmar o nome da Covilhã".

 

 
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