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A vinda de Zenilda Gusmão integra-se no plano de geminação da Covilhã com Laleia


A convite da Associação Cultural
Zenilda Gusmão na Covilhã

POR CRISTINA MENDES

A filha de Xanana testemunhou a solidariedade dos covilhanenses e descerrou a placa que assinala a rua de Timor. Um conjunto de iniciativas que anunciam o bom caminho do processo de geminação entre a Covilhã e a aldeia natal do líder dos timorenses, Laleia.

A Associação Cultural da Beira Interior (ACBI) sempre se mostrou solidária com o povo de Timor leste. Já em 1997 o primeiro CD editado pelo Coro Misto da Covilhã "Música dos nossos Avós" foi dedicado a Timor. A presença da filha do carismático líder timorense surge no seguimento de inúmeras actividades, pois "sempre fomos uma instituição ligada à causa de Timor", garante Luís Cipriano, membro da ACBI. O primeiro contacto entre esta Associação e Zenilda Gusmão deu-se em Bergen, na Noruega, onde o Coro Misto deu um concerto integrado na "Conferência Internacional da Mulher Timorense" em 1999. Este ano Zenilda deslocou-se até à Covilhã acompanhada de Luís Corte Real, uma das grandes figuras da diplomacia timorense, numa visita de quatro dias para tomar conhecimento de todas as iniciativas de solidariedade levadas a cabo pela cidade e "para sensibilizar o povo da Covilhã para a luta do povo de Timor e restituir a vida à cidade natal de meu pai, Laleia".

Processo de Geminação lançado

A visita da filha de Xanana e de Corte Real integra-se num plano de acção mais alargado, a geminação de Laleia com a Covilhã. Uma iniciativa de Luís Corte Real, que entre muitas candidatas encontrou nesta cidade a parceira ideal para levar a bom porto o processo. A ideia já está lançada e em breve será apreciada pela Câmara. O presidente da autarquia, Carlos Pinto, já deu o seu aval.
A aldeia de Laleia encontra-se totalmente destruída e sem qualquer tipo de infraestruturas. Uma destruição motivada "pelo apoio da população a Xanana, o qual seguiram até às montanhas", segundo Corte Real. As escolas não existem e o apoio "é urgente", assegura. As prioridades para esta primeira fase são a electrificação, o abastecimento de água e a reconstrução das escolas.
"Estamos a realizar estes pequenos eventos culturais para que o povo da Covilhã se entusiasme e faça com que o projecto ande para a frente", esclarece Luís Corte Real. Se a Covilhã só agora começa a tomar conhecimento deste projecto, Laleia está entusiasmado com este intercâmbio.
Em breve uma comissão da autarquia vai deslocar-se ao território, fazer um levantamento das principais necessidades para a reconstrução. "O mais importante é ajudar concretamente e solucionar o problema dos recursos mínimos", assegura o presidente da Câmara, Carlos Pinto.

Rua de Timor

A nova rua da Covilhã situa-se na zona das escolas, uma localização propositada. "É uma mensagem para as gerações mais novas que passam tanto por aqui, para que nunca se esqueçam os tempos dramáticos vividos pelo povo de Timor no ano passado", diz Carlos Pinto, presidente da Câmara. Uma prova de que a Covilhã não esquece e se "encontra disponível para ajudar à reconstrução", garante.
Zenilda Gusmão mostrou-se sensibilizada pelo gesto, "estamos longe da vista mas perto do coração, fomos muito bem recebidos". Para esta timorense "isto é mais uma prova de que temos muitos amigos e que tudo vai melhorar".






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