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contos para uma
GERAÇÃOX
culturaacelerada
POR PEDRO HOMERO
A Teorema não falha,
desde que começou a mandar cá para fora os livros
de Douglas Coupland, tem sido uma festa de leitura! A propósito
de ter adquirido outro título de Coupland no fim de semana
passado, 'Coma Profundo', decidi dar a conhecer a quem ainda
desconhece a primeira obra traduzida para português deste
autor canadiano.
Se está feliz com a vida que leva, então provavelmente
este livro não é para si. Ou se calhar até
é, se você for do género com-o-mal-dos-outros-estou-eu-bem.
Acontece é que Geração X retracta um sentimento
geral de falhanço e mal-estar crónico que se abateu
na geração que recebeu esta denominação,
como que a vota-la a um esquecimento punitivo auto-infligido.
Os nossos gen-X (gén-ésses) são vinte-e-muitos,
trintas-e-tais, sobre qualificados mas mal empregados, por opção
própria. Decidiram sair da corrida de ratos, do formigueiro.
Nem perder, nem ganhar, sair do jogo, deixar as cartas na mesa
e saltar fora. Fora do mundo do trabalho neo-liberal, das relações
supérfluas, dos objectos que atravancam as casas e as
mentes.
Por outro lado, e na medida em que as gerações
na prática até não são assim tão
diferentes umas das outras, no que concerne pelo menos àqueles
aspectos fulcrais da existência societária 'as we
know it' aquela geração poderia também ser
a minha ou a sua. Quer dizer, alguns elementos da geração,
claro.
O filme sugerido esta semana complementa maravilhosamente o livro,
na medida em que explora os mesmos problemas, grosso modo. Uma
ida ao cinema, para desfrutar de uma 'alta fidelidade' seguida
da leitura do Geração X e temos a semana feita. |