Os livros ou
as avaliações e suas consequências
Foi muito positiva a avaliação que a Comissão de Avaliação Externa fez
sobre o curso de Ciências da Comunicação da UBI, tal como o Urbi et Orbi
da semana passada noticiou. Mas fez reparos, apontou aspectos negativos,
nomeadamente a escassez de livros e de revistas científicas. É sobre este
ponto que pretendo aqui debruçar-me.
Uma universidade a sério consiste fundamentalmente nos seus doutores e
na
sua biblioteca. Instalações e edifícios são importantes, mas mais
importantes ainda são os livros. É que se pode fazer uma boa universidade
em instalações deficientes, mas é impossível fazer uma universidade sem
livros. Eles são a cristalização do saber ao longo da história, a forma
como o saber de outras épocas e de outros locais se objectiva e nos é
comunicado.
Dito isto, é bom de ver que antes de prosseguir nas avaliações há que
resolver as falhas detectadas. A Comissão de Avaliação Externa aponta-nos
a pobreza da nossa biblioteca nas áreas científicas em causa. Antes de
passar à frente, e avançar em novas avaliações, sejam elas auto ou hetero,
há que decididamente tentar resolver aquilo que manifestamente está mal. E
neste caso até é simples: dotar a biblioteca do fundo bibliográfico
necessário e suficiente para um trabalho académico e científico de
qualidade. Sei por experiência própria que neste caso a inexistência de
livros não se deve à falta de os docentes não os encomendarem, mas
simplesmente por falta de anos da universidade, já que uma boa biblioteca
universitária leva muito tempo para atingir um acervo condigno, e também
por falta de verbas para adquirir novos livros.
Agora que a UBI está em vias de ficar com uma bela biblioteca, é bom
que
não se esqueça que o fundamental não é o edifício, mas que são os livros.
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