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António Fidalgo




Os livros ou as avaliações e suas consequências

Foi muito positiva a avaliação que a Comissão de Avaliação Externa fez sobre o curso de Ciências da Comunicação da UBI, tal como o Urbi et Orbi da semana passada noticiou. Mas fez reparos, apontou aspectos negativos, nomeadamente a escassez de livros e de revistas científicas. É sobre este ponto que pretendo aqui debruçar-me.
Uma universidade a sério consiste fundamentalmente nos seus doutores e na sua biblioteca. Instalações e edifícios são importantes, mas mais importantes ainda são os livros. É que se pode fazer uma boa universidade em instalações deficientes, mas é impossível fazer uma universidade sem livros. Eles são a cristalização do saber ao longo da história, a forma como o saber de outras épocas e de outros locais se objectiva e nos é comunicado.
Dito isto, é bom de ver que antes de prosseguir nas avaliações há que resolver as falhas detectadas. A Comissão de Avaliação Externa aponta-nos a pobreza da nossa biblioteca nas áreas científicas em causa. Antes de passar à frente, e avançar em novas avaliações, sejam elas auto ou hetero, há que decididamente tentar resolver aquilo que manifestamente está mal. E neste caso até é simples: dotar a biblioteca do fundo bibliográfico necessário e suficiente para um trabalho académico e científico de qualidade. Sei por experiência própria que neste caso a inexistência de livros não se deve à falta de os docentes não os encomendarem, mas simplesmente por falta de anos da universidade, já que uma boa biblioteca universitária leva muito tempo para atingir um acervo condigno, e também por falta de verbas para adquirir novos livros.
Agora que a UBI está em vias de ficar com uma bela biblioteca, é bom que não se esqueça que o fundamental não é o edifício, mas que são os livros.


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