|
Equipa móvel do Instituto
Português do Sangue na UBI
A universidade na rota
do sangue
POR RITA LOPES
Quarenta e uma dádivas
de sangue foi o total recolhido pelo Centro Regional de Sangue
de Coimbra do Instituto Português do Sangue (IPS) no pólo
IV da Universidade da Beira Interior (UBI). A recolha decorreu
durante a passada quinta-feira e pautou-se, segundo os responsáveis,
pela "boa adesão".
Os alunos da UBI "puseram
a mão na consciência" e, mais uma vez, acorreram
à equipa móvel do IPS para contribuírem
com a sua dádiva de sangue. Muitos são já
os dadores ubianos e de acordo com Jorge Tomaz, médico
especialista de himonohemoterapia, "têm vindo com
uma grande abertura e disponibilidade, mesmo sabendo, por vezes,
que não podem dar sangue".
Este mês foi a segunda vez que aquela brigada veio às
instalações da UBI, tendo a primeira decorrido
no dia 9 de Maio, no pólo I. Embora neste primeiro dia
tenham acorrido mais dadores do que no segundo, 60 em relação
a 41, agora a predominância foi feminina, contando apenas
com 12 dadores masculinos. Mas este não é um facto
novo, pois como refere Jorge Tomaz, "geralmente nas universidades
há mais mulheres, ao contrário do plano nacional".
A UBI recebe esta equipa móvel quatro vezes por ano, para
conseguir dos dadores "os devidos 450ml de sangue".
Contudo, não se pode dar sangue sem uma pequena consulta
médica, que se realiza no próprio local. Uma picadinha
no dedo, para verificar os valores da hemoglobina, e a medição
da tensão são os requisitos necessários
para garantir a saúde do dador. Jorge Tomaz afirma que
"não se tem detectado qualquer doença nem
mal estar na dádiva, tirando algumas tonturas que são
normais". Assim, diz o médico, "pode juntar-se
à boa adesão a boa saúde da UBI e dos seus
alunos".
Apostar nas universidades
São várias as instituições
onde o IPS se desloca para a colheita de sangue. Contudo, Jorge
Tomaz garante que "as universidades têm muita importância".
A dádiva é "um acto consciente e quanto mais
informado for o dador, melhor para a segurança transfusional",
afirma o médico. Assim, uma vez que em Portugal, ao contrário
dos outros países, a maioria das dádivas provêm
de anónimos e de estratos sociais baixos, o IPS desloca-se
a universidades, institutos politécnicos, superiores e
militares para que "não haja predominância
de um só estrato social". Além disso, pretende-se
colmatar a falha do ensino básico e secundário,
onde "não há formação para isto",
apostando nos universitários que, segundo o médico,
"são novos e aderem facilmente a este tipo de iniciativas".
Dadores precisam-se
"Os dadores ainda não
são suficientes em Portugal", afirma Jorge Tomaz.
Embora nos últimos anos tenha havido um crescimento significativo,
o país ainda não é auto-suficiente. Para
solucionar esta situação, o IPS tem promovido a
centralização das colheitas e a uniformização
dos métodos para o estudo do sangue colhido e para a garantia
de qualidade. Por isso, aposta nas universidades, "porque
quando aderem acabam por fazê-lo no resto da vida".
Mesmo assim e conhecendo a vida universitária, Jorge Tomaz
deixa o recado: "Procura-se que os estudantes não
deixem este acto para trás no tempo como ficam as folias
académicas. Espera-se que no futuro continuem a contribuir
para isto e a alertar os colegas para esta realidade".
|
|