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Força Aérea cancela voos em Vila Velha de Ródão
Abutres já podem namorar

A Força Aérea deixou de fazer voos rasantes em Portas de Ródão para não afugentar os abutres ali existentes. Uma situação que estava a dificultar a procriação das aves devido ao barulho e vibrações.
Em resultado esta desistência, a zona passa a concentrar a maior colónia de grifos (espécie de abutres) de Portugal: 30 casais que agora têm condições para viver e procriar. A decisão agrada não só aos abutres, como também à Associação de Estudos do Alto Tejo (AEAT). "Graças à colaboração da Força Aérea e do Ministério da Defesa Nacional esta espécie, anteriormente concentrada em maior número no Tejo Internacional, começa a fixar-se em Portas de Ródão", confirma, em declarações à agência Lusa, Jorge Gouveia, da AEAT. Segundo os dados da última contagem a colónia é constituída por mais de 60 aves. "Desta forma ultrapassámos a colónia que estava sediada nas escarpas do Tejo Internacional", continua.

Ródão: zona privilegiada

Mas o fim dos voos de baixa altitude não é a única razão para os grifos se fixarem na zona de Ródão: "As escarpas, muito alcantiladas, e o conjunto de buracos aí existentes são espaços preferenciais para a construção dos ninhos". Por outro lado, os grifos alimentam-se dos cadáveres de animais que encontram nos campos. Estes necrófagos têm uma "área de alimentação muito vasta" e, segundo o especialista, "aproveitam as correntes quentes para se deslocarem à procura de alimentos para além dos 50 quilómetros". Porém, adianta, a sua alimentação terá como fonte principal a planície do Acafal, junto a Ródão. "Local onde há muito gado, especialmente ovelhas a pastar e que, ao morrerem, constituem a base da sua dieta alimentar".

NC / Urbi et Orbi

 

 
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