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António Fidalgo




Estudos de opinião e desenvolvimento

É hoje convicção generalizada de que o desenvolvimento social e económico exige uma participação consciente e livre das pessoas envolvidas. Se algo nos ficou da experiência dos regimes do Leste Europeu, nomeadamente do modelo político centralizado e da economia planificada, foi o ensinamento de que as opiniões das pessoas e a liberdade de as exprimir em público, em vez de prejudicarem o esforço colectivo de desenvolvimento, são um instrumento poderoso da modernização das mentalidades e de dinâmica social e, por isso mesmo, condição necessária a um desenvolvimento equilibrado e sustentado.
Dito isto, que a opinião das pessoas é importante, e em particular na
dimensão de opinião pública, então será fácil de compreender o quão
importante é conhecer e estudar essa opinião. Este estudo tem hoje um cariz científico, no domínio das ciências sociais, a saber, de técnicas de inquérito, de efeitos cognitivos dos meios de comunicação, de sondagens e de tratamento estatístico, que não se compadece com o amadorismo de impressões subjectivas sobre o que os outros pensam. Os centros de estudos de opinião, nomeadamente os centros de sondagens, são, na sociedade actual, de uma importância vital para a acção política, social e até económica.
A Beira Interior tem com certeza uma opinião pública, mas o seu estudo
científico ainda está por fazer. É uma falha nos instrumentos do nosso
desenvolvimento. Colmatar essa falha é um desafio às instituições
científicas da região. À opinião pública informada e esclarecida que a
região precisa corresponde uma exigência de a conhecer o mais objectiva e claramente possível.


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