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Carlos Carvalhas visita a
UBI
"Reitores não
podem
continuar de chapéu na mão"
POR PEDRO MACHADO
Carlos Carvalhas encontrou-se
com o reitor da UBI, Santos Silva, durante a sua visita à
Covilhã na passada sexta-feira. Além deste encontro
Carvalhas visitou a cantina da Boavista, e a sede da Associação
Académica da universidade. Aliás, o secretário
geral da CDU fez questão de realçar a importância
do "contacto com os estudantes, e com a Associação
Académica, durante o qual houve a oportunidade de debater
alguns dos problemas que mais afectam os estudantes, como é
o caso da acção social escolar e das bolsas que
são baixas para um universo de 80% de deslocados a estudar
nesta universidade".
Em relação ao encontro que teve com Santos Silva,
Carvalhas referiu que este serviu, em primeiro lugar, para passar
em revista a lei de financiamento para o Ensino Superior. Na
sua opinião "ao reitores não podem continuar
de chapéu na mão".
Foram ainda abordados alguns problemas específicos da
universidade, como as acessibilidades, os custos de formação,
e a questão da Faculdade de Medicina. Na opinião
do líder da CDU, em relação a este último
ponto o governo claudicou, "são necessários
o dobro dos formados em medicina para colmatar as insuficiências
do País, e mesmo assim o eng. Guterres prefere fazer campanha
em vez de tomar uma atitude. A abertura da faculdade de medicina
já está em atraso, e é necessário
dar respostas de urgência para a saúde". Acrescentou
ainda que "no dia 12 de Junho o primeiro ministro vem cá
só para assinar o cheque", e terminou ironizando:
"Já que é tão adepto da cibernética
podia mandar o cheque via e-mail".
Santos Silva assume parte
das culpas
Relativamente aos atrasos na
abertura da Faculdade de Ciências da Saúde o reitor
da UBI é menos crítico em relação
ao executivo de Guterres. "Temos de assumir também
as nossas culpas. Penso que ambas as partes têm responsabilidades
nos atrasos" disse. Santos Silva afirmou ainda que "o
Governo tem o direito de exigir condições para
a entrada em funcionamento dos novos cursos, não é
só dar dinheiro".
Quando interrogado acerca da razão concreta do atraso
Santos Silva escusou-se a grandes comentários, mas foi
dizendo que "houve a necessidade de recorrer a um grupo
de missão para estudar o projecto, e que estava incumbido
de elaborar um relatório. O grupo atrasou-se, e tivemos
de esperar pelo resultado desse relatório, que só
chegou às nossas mãos na passada quinta-feira".
Relativamente também ao atraso nas comemorações
do aniversário da UBI, que vêm sendo sucessivamente
adiadas, aquele responsável máximo desdramatiza.
"Este adiamento vem no seguimento de sucessivos feriados
e pontes antes das férias da Páscoa, e como é
evidente queremos ter a casa cheia nesse dia". Além
desta circunstância Santos Silva disse ainda que "há
a questão da assinatura do Contrato de Desenvolvimento
da Faculdade de Ciências da Saúde, que deve contar
com a presença do primeiro-ministro, e por uma questão
de agenda só será possível do próximo
dia 12 de Junho".
A visita de Carvalhas à região terminou no Paúl,
onde o líder comunista veio acrescentar o seu apoio à
mobilização do partido no sentido de recuperar
o mandato para a Junta de Freguesia, perdido para o PSD nas últimas
eleições.
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