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Honda apresenta robô "para-todo-o-serviço"
em Berlim
O homem e a máquina
Chama-se P3, tem 1,60
metros, pesa 130 quilogramas, tem uma cabeça, um tronco,
braços, pernas, pés e mãos. Sobe e desce
escadas, anda para a frente, para trás e de lado, mantém
o equilíbrio se alguém o empurra, aguenta-se numa
só perna, transporta objectos, ... e é um robô.
Uma máquina que a Honda vem desenvolvendo há 14
anos e apresentou na semana passada em Berlim.
A descrição enganaria
até ao ponto em que se dissesse que o P3 tem duas câmaras
em vez de olhos, e que consegue distinguir e contornar objectos
através de um sistema de processamento de imagem. Nos
últimos 14 anos, a Honda "deu à luz"
o P3, um robô humanóide "para-todo-o-serviço".
Não tendo sido criado para ser vendido, o P3 funciona
como uma plataforma de investigação e de teste
de inovações tecnológicas úteis à
empresa. É o caso de novas fontes de energia, conceitos
de tráfego integrado e sistemas inteligentes para veículos,
descobertas que, uma vez desenvolvidas e aperfeiçoadas,
a Honda pode integrar nos seus produtos.
Inteligência artificial:
a próxima fronteira
Apresentado a semana passada
no festival de Berlim, onde poderá ser visto até
ao próximo domingo, o P3 ainda não tem capacidade
para desempenhar as funções de um robô de
serviço. É a própria empresa que o afirma,
em comunicado, dizendo que "para isso é necessário
um desenvolvimento intensivo e contínuo. Ele deve estar
apto a reagir autonomamente num ambiente não familiar
e deve compreender e implementar instruções de
acção".
Em 1996, a Honda apresentou um outro robô com pernas, em
Tóquio. Na altura chamava-se P2 e era uma versão
menos completa do que agora está em exposição.
A investigação vai continuar, tentando aperfeiçoar
a mobilidade e desenvolver a inteligência artificial aplicada
às máquinas, o que implica uma maior compreensão
do funcionamento do cérebro humano.
O ser humano vai explorando assim a sua faceta "deus ex
machina", perseguindo o eterno desejo de criar uma criatura
à sua imagem e semelhança.
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