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Este cupão já tomou conta das páginas da imprensa portuguesa


Big Brother chega a Portugal no final de 2000
"Está à altura
deste desafio?"

POR CATARINA MOURA

A pergunta atrai até mesmo o olhar do leitor menos atento: "Está à altura deste desafio?". É assim que a empresa holandesa Endemol Entertainment lança o "isco" em Portugal, procurando protagonistas para um concurso que quer estabelecer os moldes em que se processará o futuro da televisão. Chama-se Big Brother, nasceu na Holanda, e está destinado a causar polémica por onde quer que passe.

"Dez pessoas - 120 dias; a vida em directo; nenhum contacto com o mundo exterior; câmaras por todo o lado; e um prémio de 20 mil contos para apenas um vencedor. Está à altura deste desafio?" Este anúncio já está nas páginas de todos os jornais portugueses. Além de pedir dados pessoais comuns, como o nome, a morada ou a profissão, o cupão termina com duas perguntas simultaneamente ambíguas e reveladoras da índole invulgar deste concurso: "está disposto(a) a submeter-se a testes físicos e psicológicos?" e "está disponível de 1 de Setembro de 2000 a 31 de Dezembro de 2000".
"Big Brother", o concurso mais polémico do momento, chega assim ao nosso País. Nascido na Holanda pela mão da Endemol Entertainment, responsável por programas populares que têm conhecido grande sucesso em Portugal, este novo concurso não reúne consenso. Líder de audiências em todos os países por onde passa, "Big Brother" está igualmente a impor-se pelas críticas que suscita. Invasão de privacidade ou exposição voluntária, as opiniões dividem-se.

Big Brother is watching you

O concurso inicia-se com a chegada de dez participantes a uma casa onde passarão três meses sem poder contactar com o exterior. Contrapondo esse fechamento, a casa está povoada de câmaras, que oferecem ao mundo o quotidiano dos participantes em tempo real, várias vezes ao dia. Por cada semana de permanência, os concorrentes recebem cerca de 150 mil escudos, destinados a pagar direitos de imagem e a compensar os eventuais transtornos económicos que o exílio possa acarretar. Por sua vez, o público vota semanalmente, excluindo um dos concorrentes. O que conseguir ficar até ao fim ganha o apetecido prémio: 20 mil contos.
Os defensores do programa afirmam que este só pretende mostrar como se processa a convivência voluntária de dez desconhecidos, sublinhando inclusivamente o interesse sociológico da questão.
Mas para muitos, fenómeno ou não, ou até mesmo por o ser, "Big Brother" é uma afronta. Há mesmo quem o acuse de atentar contra a dignidade humana.
Mas a TVI comprou os direitos do concurso e prepara-se para revolucionar o pequeno ecrã português.






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