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Organizado pela Orquestra
académica "Tokuskopus"
Festival de tunas anima
Semana Académica
POR DORA CONDE E SUSANA FERREIRA
O Cine-Centro encheu para
ouvir notas de música. Os executantes tocaram a compasso
e o público cantou com eles. Apesar da falta de comparência
de algumas tunas convidadas, as orquestras presentes fizeram
as honras da casa e não defraudaram as cerca 500 pessoas
presentes.
"E para as tunas não
vai nada, nada, nada? Tudo!!!" Este foi, ao longo da noite,
o grito que mais se ouviu no Cine-Centro da Covilhã, na
passada quarta-feira. A Tuna Masculina da UBI organizou o Festival
Tokuskopus "2000" e o público compareceu em
massa.
Inserido na Semana Académica, este encontro contou com
a presença da Tuna da Faculdade de Farmácia do
Porto e com as duas orquestras académicas da Universidade
da Beira Interior.
O espectáculo abriu com o Grupo de Metais da Escola Profissional
de Artes da Beira Interior (EPABI). Um toque de originalidade
numa noite em que a música foi o prato forte. A sala aqueceu
com a entrada da Tuna do Porto. Os futuros farmacêuticos
cativaram com a sua boa disposição e pronúncia
do Norte. O romantismo aliou-se à alegria. Duas tónicas
que segundo Eliseu, membro e apresentador, "traduzem o espírito
académico da tuna".
O "Terrível", tal como é chamado pelos
colegas, salienta que o mais importante nestes encontros é
o convívio. "É bom sair do Porto para conhecer
novas pessoas e conviver com novas culturas". Com apenas
um ano e meio de existência a tuna tripeira já possui
uma grande maturidade musical. Pela primeira vez na Covilhã,
"uma terra de altos e baixos" - gracejam - a orquestra
académica gostou da forma como foi recebida e prometeu
voltar.
A prata da casa
Quem também subiu ao palco
do Cine-Centro foram a tuna feminina da UBI.. "Nós
queremos ser solidárias e viemos cheias de pinta".
As "Moçoilas" acrescentaram ao tradicional traje,
as pintas usadas pelos "Tokuskopus" nas suas actuações.
Durante 30 minutos interpretaram músicas já bem
conhecidas do público. "Covilhã, cidade neve",
foi o tema escolhido para iniciar a sua prestação
neste encontro. Marta Silva toca bandolim e cavaquinho. No final
estava satisfeita pela recepção dos espectadores.
"Penso que as pessoas gostaram do que viram". Para
a estudante de Sociologia, as "Moçoilas" "estão
mais activas e a melhorar de qualidade".
A chegada da tuna anfitriã foi o momento alto da noite.
Os tunos proporcionaram ao público uma entrada criativa.
Durante o espectáculo, um pano preto serviu de cenário.
O mesmo pano era descoberto para dar lugar à figura de
uma mulher que deu "à luz" os membros do "Tokuskopus".
Um momento hilariante para as cerca de 500 pessoas presentes
que entoaram em uníssono o tema "Bezanas".
O serão prolongou-se até às duas e meia
da manhã mas ninguém arredou pé até
ao hino final: "Ai já b'ubi, ai já b'ubi".
Fraca adesão de tunas
O último festival organizado
pela tuna masculina da UBI teve lugar há quatro anos.
Ricardo Jorge, pandeireta, considera que "só agora
se criaram as condições para repetir este acontecimento".
A orquestra académica queixa-se da falta de apoios por
parte da Câmara Municipal e da própria Universidade
da Beira Interior. "Não podemos fazer milagres sem
dinheiro", desabafa.
Para este evento foram convidadas 12 tunas. No entanto, apenas
três estiveram presentes. Apesar de se terem disponibilizado,
as restantes orquestras académicas desmarcaram.
Ricardo, mais conhecido por Dodi, explica o ocorrido: "Algumas
tunas já tinham festivais agendados para este dia, outras
queixaram-se que a viagem era demasiado longa."
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