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Festival de Tunas na Covilhã
Noite feminina no Teatro-Cine

POR RITA LOPES

A Covilhã foi palco de mais uma grande noite musical, que encheu a cidade de capas negras e muita folia. Cinco tunas convidadas, a tuna anfitriã, a tuna masculina da casa, e o Teatr'UBI, foram os componentes do 2º Festival Académico de Tunas Femininas da Universidade da Beira Interior (FATFUBI) que, no dia 10, inundou o auditório do Teatro-Cine. Uma noite de mulheres que fizeram render o olhar dos ubianos.

"Melhorar a cultura e o espírito académicos e trazer à UBI outros tipos de tunas" foi a principal razão de ser deste 2º Festival. Organizado pela Tuna Feminina da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) - "As Moçoilas". O evento trouxe ao interior cinco tunas femininas que mostraram que o espírito académico nacional vai de boa saúde.
O espectáculo iniciou-se às 22h00 e contou com uma apresentação diferente feita por alguns membros do Teatr'UBI, convidados pela organização "como forma de intercâmbio entre os núcleos da academia", que muito divertiram o público com o seu humor.
Numa noite comandada por mulheres, a Tuna Feminina da Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (TUNOFEST) foi a primeira a subir ao palco e a estrear-se no seu primeiro festival. Seguiu-se-lhe a Tuna Feminina da Universidade de Évora (TFUE), também caloira em festivais. Esta recebeu fortes aplausos graças à sua apresentadora tipicamente alentejana e às porta pandeiretas, que se esmeravam naquele instrumento. A terceira da noite foi a Tuna Feminina da Faculdade de Economia do Porto (TFEP) que mostrou, como referiu a sua apresentadora, o "verdadeiro espírito das mulheres do norte".
Mas a noite não ficou por aqui. Depois de um intervalo, era altura de alterar o sexo da noite e, a convite das Moçoilas, a Orquestra Académica da casa "Já B'UBI & TOKUSKOPUS demonstrou que os homens também estão em forma. Mila Baltazar, Moçoila Mor, afirma que a participação especial dos colegas "foi uma forma de tornar a habitual guerra dos sexos menos intensa".
A Tuna Feminina de Leiria (NOCTUNA) foi a penúltima no palco e a que pôs o auditório em pé, a cantar e a pular, uma coreografia dirigida por elas. Para terminar as convidadas, a Tuna Feminina do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (TFISEL) mostraram que o academismo na capital também "vai de vento em popa", enfeitiçando o auditório com uma marcha popular da sua cidade.
Para encerrar a noite, a tuna anfitriã tomou o espectáculo, enquanto o júri premiava as concorrentes. O resultado era o esperado pela maioria do público que, em voz baixa, ia especulando. No final, apenas três obtiveram prémio. A TFUE foi a preferida e ganhou três títulos: melhor solista, melhor pandeireta e melhor tuna. Contudo, foi a NOCTUNA que recebeu o de tuna mais tuna e de melhor porta estandarte, cabendo à TFISEL o de melhor instrumental. Depois dos prémios, todas as tunas subiram ao palco numa actuação conjunta, prosseguindo rumo à discoteca &Companhia onde a noite continuava.

"Público jamais visto"

Dar a conhecer aos ubianos "outras tunas académicas e alastrar a estas o nosso contagiante espírito universitário, mostrando que aqui não se bebem só copos, mas também se trabalha" foi, segundo Mila Baltazar, o principal objectivo da organização do festival. De uma forma invulgar, uma vez que a maioria dos espectáculos desta natureza são feitos em pavilhões, pretendeu-se que o público tivesse outra postura que Mila Baltazar diz terem "assumido muito bem". "Foi um público maravilhoso, jamais visto na nossa UBI", afirma.
Para a Moçoila Mor, o local é muito importante, bem como a tuna em palco. "Nos pavilhões as pessoas dispersam-se mais, e aqui o público está expectante e surpreendido. Foram espectaculares", sublinha.
De acordo com a organização, "a adesão foi a esperada", o que permitiu "mostrar às outras academias a verdadeira cidade académica e o que aqui se faz". Embora o som tenha dado alguns problemas, o festival foi gravado para o lançamento de um CD ao vivo que, embora tenha edição limitada, pretende ser um marco de recordação do espectáculo.
Este CD vem juntar-se ao primeiro editado pelas Moçoilas "The first of Moçoilas" no ano passado, e ao segundo que vem a caminho, "As Moçoilas cantam a Beira Interior", embora ainda sem data certa para lançamento.
Sendo da responsabilidade das Moçoilas, o festival contou com o apoio da UBI, da Reitoria, da Câmara Municipal local e da Associação Académica da UBI (AAUBI), e com patrocínios de algumas casas comerciais da cidade que, segundo Mila Baltazar, "muito ajudam a contornar os problemas financeiros sentidos por todas as organizações deste tipo".

 

 
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